Rota de escoamento de 39% da produção agrícola nacional, o corredor logístico do Centro-Norte gera um aumento de 37% nos custos dos transportadores devido à persistente falta de investimentos e sobrecarga das rodovias.
O balanço é do Ibap (Instituto Brasileiro de Administração Pública) e foi realizado a pedido da Frente Parlamentar de Administração Pública.
O levantamento mostra ainda que, no ano passado, os caminhões que trafegaram por esse eixo rodoviário gastaram 41,5 milhões de litros de diesel a mais devido à situação das vias. Só isso representou R$ 189 milhões em gastos adicionais aos transportadores.
Esse acréscimo se reflete na competitividade e no bolso do consumidor, que acaba sofrendo com o repasse nos preços.
O corredor é o principal responsável pela vazão da safra de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, região conhecida como Matopiba, parte do Pará, Mato Grosso e Goiás.
No Tocantins, por exemplo, a estimativa de crescimento da produção saltou de 6,5 milhões de toneladas na safra 2021/2022 para 7,8 milhões, sem que as vias tivessem acompanhado esse salto, que colocou mais caminhões nas rodovias para garantir o escoamento.
Nesta semana, o governador do estado, Wanderlei Barbosa (Republicanos/TO), cobrou do governo federal investimentos nas bacias hidrográficas do Araguaia e Tocantins, que seriam complementares à BR-153 e a ferrovia Norte-Sul —pilares do eixo Centro-Norte.
Barbosa participou de um encontro no Ibap com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos/PE), e com Renan Filho (MDB-AL), ministro dos Transportes.
Com Silvio Costa, o governador anunciou uma agenda de cooperação técnica para viabilizar a hidrovia Araguaia-Tocantins.
No Ministério dos Transportes, pleiteou a agilização das obras BR-010, apoio institucional para a viabilização da TO-500, a Transbananal, e o Anel Viário de Palmas.
O levantamento do Ibap também indica que, com investimentos em eclusas, barragens, obras de derrocarem, dragagem e sinalização de diferentes bacias, seria possível resolver questões de navegabilidade nos rios São Francisco, Araguaia, Tocantins e Tapajós, acrescentando trechos economicamente navegáveis e de movimentação de cargas ou pessoas.
As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.
(Politica Livre)