Pais e alunos do Centro Municipal Professor Paulo Freire, em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, fizeram um protesto nesta sexta-feira (13) para pedir mais segurança na instituição, depois que um menino de sete anos ser estuprado dentro de um banheiro da instituição. Três adolescentes que também são alunos da escola são suspeitos do crime, que aconteceu no dia do aniversário da vítima.
Conforme os alunos, casos de insegurança são recorrentes no local. Eles contam que já chegaram a falar com a direção, mas nenhuma medida foi tomada. Por causa disso, eles fizeram a manifestação.
“A gente ficou muito revoltado com o que aconteceu. A gente ficou muito triste ainda, porque ontem no colégio eles [suspeitos] estavam agindo novamente. A gente perguntou o que tinha acontecido e ninguém quis falar para gente”, contou a estudante Débora Maria Alves.
Karine Sousa, uma das alunas que participaram da manifestação, falou sobre a insegurança na instituição. “As câmeras da escola estão quebradas, as pessoas pulam as grades. Já entrou gente armada na escola. É péssima a segurança”.
O caso do estupro do menino de sete anos só foi descoberto depois que a vítima contou sobre o crime para a família. Segundo a família, os três adolescentes suspeitos do caso trancaram o garoto no banheiro e abusaram sexualmente da vítima.
“O sentimento é de revolta, de insegurança, porque a gente confia os nossos filhos em uma escola e a gente espera que no mínimo haja um pouco de cuidado, de alguém que possa tomar conta e no momento não tinha ninguém. Se fosse para ter feito algo pior, teriam feito e ninguém teria visto”, lamentou a mãe do menino, que preferiu não revelar a identidade.
Maria Celeste Mendonça, mãe de um dos alunos da escola, ficou comovida com a situação e foi até o local nesta sexta. “Nós, como mãe e alunos, temos que lutar e pedir justiça. É muito ruim para um pai receber um filho em casa na situação que o pai dele recebeu ele”, relatou.
Para Fernando Andrade, que também é pai de aluno da instituição, a situação da segurança só será resolvida depois que o policiamento for reforçado no local. Ele afirma que apenas um guarda não é suficiente para a demanda.
“A gente estava tentando reivindicar um policial constantemente na portaria porque um vigia só não vai dar conta. Um vigia só é a mesma coisa do portão estar aberto. Ele não tem poder para nada. Já teve caso de um vigia cobrir o aluno que estava fazendo algo de errado e o próprio pai do aluno vir ameaçar o vigia’, contou.
Nesta sexta-feira (13), o Secretário Municipal de Educação, Esmeraldino Correia, falou durante uma entrevista coletiva que acompanha o caso e que toda assistência é dada, não apenas para a vítima, mas para a família do menino.
O secretário negou a falta de insegurança no colégio. Ele disse também que, caso seja comprovada omissão de algum funcionário da escola, a secretaria vai punir os envolvidos. Não há detalhes se os alunos suspeitos do crime foram afastados das atividades.
A vítima e a família estão recebendo assistência psicológica da prefeitura. O caso é investigado pela Polícia Civil. (G1/Ba)