A família de uma mulher de 43 anos, que morreu após ser atendida três vezes em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Salvador, denuncia ter recebido atendimento inadequado nas unidades de saúde.
De acordo com a denúncia, Laudenice Lima tinha um histórico de saúde frágil. Ela tinha passado por duas cirurgias para corrigir um defeito em uma válvula do coração para que a circulação do sangue seguisse corretamente.
Familiares dizem que no dia 26 de junho, Laudenice, que é aposentada por invalidez, deu entrada na UPA de São Marcos com forte dor na região do tórax e vomitando sangue.
Ela recebeu alta mas voltou a passar mal no dia 28 de junho e foi levada por equipes do Serviço Móvel de Urgência (Samu) para a UPA de São Cristóvão, onde apenas tomou medicação e recebeu alta, ainda sem diagnóstico.
Um dia depois, a aposentada voltou para UPA do bairro de São Marcos. A mãe deu entrada pouco depois das 10h e fez o primeiro exame no final da tarde, segundo a filha dela, Josilane Lima.
No atestado de óbito, Laudenice Lima morreu por infecção generalizada e insuficiência cardiorrespiratória. Para a filha da mulher, houve falha humana no atendimento à mãe.
Ela conta que a mulher pediu para ser internada. “Eu sempre cuidei de minha mãe e era só o que eu queria. Que eles tivessem internado minha mãe, como ela pediu: ‘Por favor, me internem. Eu não estou aguentando mais’. Vi o descaso”, afirmou à TV Bahia.
“Eles só aplicavam soro na minha mãe e não passavam nenhuma outra medicação. O porteiro riu e disse que ela estava fingindo para ser atendida, sendo que ela estava tendo uma parada cardíaca naquele exato momento”, denunciou.
A gestão das duas UPAs são terceirizadas e prestam serviços para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A pasta declarou que “lamenta profundamente o ocorrido e se coloca à inteira disposição dos familiares, com os quais compartilha a dor do luto”. Afirma ainda que “os fatos estão sendo apurados para esclarecimentos públicos e junto à família”. (BN)