A gente já conhece muitos dados sobre as doenças relacionadas ao coração. Elas são uma das principais causas de morte nos países ocidentais, e muito disso se deve ao fato de adotarmos hábitos nada bons para a nossa saúde, como o sedentarismo e a má alimentação. Mas e quais outras coisas precisamos saber sobre o órgão? O médico cardiologista Marcelo Nishiyama, clínico da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo, ajuda a elencar:
1- Ser magra não é sinônimo de ter um coração saudável
A verdade é que sim, doenças como o diabetes tipo 2, hipertensão e colesterol elevado são mais recorrentes em pessoas com sobrepeso e obesas. “A obesidade no Brasil já pode ser considerada um problema. Mais de 20% da população do país é. Devido a isso, essa parcela tem mais chance de desenvolver taxas altas de triglicérides e colesterol no sangue, serem diabéticas e sofrerem com síndromes metabólicas”, diz o médico.
Contudo, o contrário não é correto. Pessoas magras, mas sedentárias, com hábitos alimentares ruins ou tabagistas também correm sérios riscos. “Principalmente as que apresentam gordura acumulada na região da cintura, chamada de visceral. É o pior tipo de gordura, porque leva a reações inflamatórias no organismo. Estes, por sua vez, geram síndromes metabólicas”, Marcelo Nishiyama explica.
Um estudo europeu publicado neste ano parece comprovar a hipótese. Nele, especialistas compararam pessoas obesas ativas e magras sedentárias. O primeiro grupo teve índices de mortalidade bem menores que o segundo. “Por isso, o sedentarismo é uma condição que precisamos combater. Pesquisas indicam que ele é a causa de morte de 1 em cada 10 pessoas no mundo.”
2 – Abrace as gorduras (do bem!)
Não, você não precisa cortar todo e qualquer tipo de gordura para manter o coração saudável. A dieta mediterrânea, considerada uma das mais eficientes para atingir o objetivo, inclui óleos, azeites e alimentos gordurosos no cardápio. A questão que você deve prestar atenção no tipo de gordura que consome. “Temos que evitar mais as trans e saturadas e investir mais nas poliinsaturadas. Além de cortar os industrializados, ingerir adequadamente frutas (de 3 a 5 porções ao dia), verduras e legumes. Azeites, castanhas e laticínios pouco gordurosos também são ótimos”, aconselha o médico.
3 – Estresse e depressão são inimigos do coração
Um estudo alemão de 2017 comprovou a relação. Pessoas depressivas têm 15% mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares. Mas e as estressadas? “Ainda não há um consenso científico se o estresse pode ou não deixar as pessoas hipertensas. Mas podemos afirmar que ele dificulta sim o controle da doença e é até um gatilho para ela. Além disso, eleva em 20% o risco de ataques cardíacos.”
4 – Sua pressão arterial na gravidez dá pistas sobre seu futuro
Durante a gravidez, algumas mulheres sofrem com a chamada pré-eclâmpsia, uma elevação da pressão arterial junto com eliminação de proteína pela urina. Geralmente assintomática, ela pode vir acompanhada de retenção de líquido nos membros inferiores e excesso de peso. “Mulheres que tiveram podem ter na próxima gestação. Depois de 6 a 8 semanas do parto, a pressão sanguínea tende a normalizar. Se isso não acontecer, a mulher virou hipertensa”, afirma Marcelo.
5 – Dormir mal prejudica o coração
“O Congresso de Cardiologia deste ano, realizado em Paris, na França, apresentou um estudo com 3313 idosos. Nele, foi demonstrada a relação entre a pressão arterial e qualidade do sono”, explica o cardiologista. Ou seja: dormir mal pode prejudicar mais do que a sua produtividade no dia seguinte, viu? (Boa Forma)