O cantor Amador Batista prestou depoimento na delegacia de Goianápolis, onde é investigado o uso de uma máquina da prefeitura para uma obra na fazenda dele, a 47 km da capital. O artista foi ouvido nesta quarta-feira (22), no entanto o delegado Rodrigo Arana, responsável pelo caso, disse que o inquérito foi colocado em sigilo.
No último dia 09, um vereador da cidade chegou a ser preso em flagrante pela suspeita de usar um trator esteira do município para fazer um reparo na estrada dentro da fazenda. Na ocasião, o delegado disse que era o próprio político quem conduzia a máquina.
O G1 entrou em contato com o escritório do cantor por telefone e e-mail, por volta das 17h15, e aguarda um retorno sobre como foi o depoimento do artista. O vereador não teve o nome divulgado pela polícia. Sem a identificação dele, a reportagem não conseguiu ter acesso à defesa do político. Ele, segundo a polícia, pagou uma fiança de R$ 10 mil.
Ao ser questionado sobre ida de Amado Batista à delegacia, o delegado informou o sigilo do inquérito.
“Em relação ao inquérito policial, após a lavratura do auto de prisão em flagrante [do vereador], até aquele momento, os fatos foram noticiados à imprensa e compartilhado com todos os meios. Depois daquele fato específico, de conhecimento de todos, eu entendi por conveniente decretar o sigilo das investigações”, falou Arana.
Antes ser decretado o sigilo, o delegado havia falado que eram investigados os crimes de peculato por parte de agentes públicos, e também a suspeita de crime ambiental na fazenda do cantor Amado Batista.
“O trator estava sendo usado em uma Área de Proteção Ambiental, então é necessário ter licenças ambientais para fazer qualquer empreendimento no local. E nenhuma documentação foi apresentada. Estamos fazendo uma perícia no local para confirmar se realmente há alguma autorização e se poderia ser construído algo no local”, disse o delegado, antes do sigilo.
No dia em que a polícia flagrou o uso do equipamento, a Prefeitura de Goianápolis informou que o empréstimo de máquinas está previsto em um artigo da Lei Orgânica da cidade e não caracteriza crime. No entanto, a mesma lei prevê que haja a assinatura de um termo de responsabilidade, o que as investigações apontavam, inicialmente, que não teria ocorrido.
Nesta quinta-feira, o delegado falou que em dez dias deve concluir o inquérito e enviar à Justiça. Ele informou ainda que foram feitas novas buscas para complementar a investigação, e laudos também são aguardados. A proposta, segundo Arana, é desvendar a responsabilidade de cada uma das pessoas investigadas.