O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) denuncia que 2,5 mil funcionários terceirizados da Petrobras serão demitidos, até o final do ano, com a desocupação do edifício Torre Pituba (Ediba) anunciada pela empresa, em Salvador. Conforme a denúncia, além das demissões, os 1,5 mil funcionários efetivos da Petrobras que também trabalham no local serão transferidos para outros estados, a partir de novembro.
Nenhum trabalhador quis conversar com a reportagem, porém, o Sindipetro afirma que todos já foram avisados das mudanças durante reuniões ocorridas no edifício.
“Ocorreram reuniões, principalmente aqui no prédio da Torre Pituba, onde as gerências notificaram os trabalhadores que eles teriam que procurar outras unidades em outros estados para serem transferidos. Principalmente, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Esse processo se intensificou a partir de quinta-feira [5]”, disse Radiovaldo Costa, gerente de comunicação do Sindipetro.
Procurada pela reportagem, a Petrobras não comentou o caso. Em nota, a empresa apenas confirma a desocupação do edifício.
Segundo a empresa, a desocupação “não é pontual em uma região específica e faz parte de uma gestão responsável de recursos”.
A estatal afirma ainda que a mobilidade de pessoas entre prédios ou mesmo entre diferentes unidades ou áreas de atuação é “natural nas empresas”, e disse que a companhia avalia oportunidades de redução de custos em todos os processos e atividades, incluindo a ocupação predial.
Além do edifício em Salvador, a empresa pretende se desfazer de outros ativos na Bahia, incluindo a primeira refinaria do Brasil. Localizada na cidade de São Francisco do Conde, na região metropolitana da capital, a Refinaria Landulfo Alves deve ser vendida até o final do ano.
Já a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), também administrada pela estatal, vai ser arrendada por dez anos. Além da Refinaria Landulfo Alves e da Fafen, a Petrobras explora petróleo em quatro bacias da Bahia, tem quatro terminais de armazenamento e distribuição espalhados pelo estado, como também cinco termelétricas e um sistema gasoduto na capital.
Segundo o Sindipetro, no estado inteiro são 4 mil funcionários efetivos e 14 mil terceirizados. De acordo com um economista, a Petrobras representava 30% de toda a produção industrial da Bahia há quatro anos. Atualmente, esse número caiu pra metade: 15%.
“A Petrobras tomou a posição de concentrar no Sudeste as refinarias que vão ficar sob seu controle, e colocar no Nordeste as refinarias que serão privatizadas. Então, é uma opção, porque a empresa já está fazendo isso. Ela já está desinvestindo nessas regiões. E ela vai, então, se concentrar naquilo que é o seu principal negócio, que é a exploração do pré-sal”, o economista Armando Avena.
“Sob o ponto de vista da Bahia, a vantagem é que vem um sócio novo, com dinheiro para aplicar, que vai manter inter-relações com outros setores, que pode dinamizar o setor industrial”, completou.
(G1/BA)