Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, é o novo presidente do Uruguai. A Justiça Eleitoral do país confirmou nesta quinta-feira, 28, sua vitória diante do candidato da Frente Ampla, Daniel Martínez, depois de contabilizar parte dos “votos observados”, como são chamados os votos de mesários e militares que trabalham na eleição.
A divulgação do resultado da eleição de domingo demorou em consequência do resultado muito próximo entre os dois candidatos. Como Lacalle Pou superou Martínez em 28 mil votos – uma diferença de 1,2 ponto porcentual – e havia 35 mil “votos observados” a serem apurados, a Corte decidiu retardar o anúncio.
A pequena diferença surpreendeu porque o cenário era desfavorável à Frente Ampla, principalmente em razão do desgaste dos 15 anos de governos sucessivos do partido. As principais queixas dos uruguaios são a insegurança e a desaceleração da economia.
O país é considerado seguro no violento contexto latino-americano, mas registrou um aumento de 45% dos casos de homicídio, entre 2017 e 2018. A taxa passou de 5,7 assassinatos entre cada 100 mil habitantes, em 2005, para 8,4 assassinatos entre cada 100 mil habitantes, em 2015.
A vitória coloca fim a 15 anos de governo da Frente Ampla no país, depois de dois mandatos do presidente Tabaré Vázquez e um de José Mujica. Martínez reconheceu a vitória de Lacalle Pou no segundo turno da eleição uruguaia pouco depois da divulgação da apuração parcial dos votos observados.
“A evolução da apuração dos votos observados não mudará de tendência. Por tanto, saudamos o presidente eleito @LuisLacallePou, com quem terei uma reunião amanhã”, escreveu Martínez em sua conta no Twitter. “Agradeço de coração aos que confiaram em nós com seu voto”, completou. Em outra publicação, ele afirmou que “continuará defendendo a democracia, com mais força do que nunca”.
Caminho para a vitória
Nos dias após ao primeiro turno, Lacalle Pou executou um plano de longo prazo e selou uma aliança com o Partido Colorado – o terceiro mais votado, com 12% -, com o Cabildo Abierto – que obteve 11% -, além do Partido Popular e do Partido Independente, ambos com 1%.
Os cinco partidos da coalizão, com ideologias que vão da direita até a centro-esquerda, coordenaram entre outubro e a realização do segundo turno em 24 de novembro, ações entre seus militantes.
Do outro lado, a Frente Ampla, de Martínez, não se uniu a nenhum outro partido para a disputa do segundo turno.
Estadão Conteúdo