O jovem Matheus Teixeira foi um dos grandes nomes do Bahia na conquista do título da Copa do Nordeste. Recém incorporado do time principal, o goleiro de 22 anos assumiu a titularidade na reta final da competição, entrando em campo, inclusive, com uma lesão de grau um na coxa. Em entrevista ao programa BN na Bola, da rádio Salvador FM 92.3, apresentado por Emídio Pinto, Glauber Guerra e Ulisses Gama, o preparador de goleiros Rogério Lima explicou sobre o caso de Matheus Teixeira, que mesmo passando por tratamento, assumiu a responsabilidade de defender o Tricolor em jogos decisivos.
“É importante a gente falar que toda lesão é inerente ao esporte de alto rendimento. O futebol tem as suas imprevisibilidades, você entrou em campo, você corre o risco. A gente trabalha muito em cima da prevenção de lesão, mas nunca vai ser 100%. (…) Com os trabalhos diários e com os jogos, alguma hora o atleta vai acabar se lesionando, ou por sobrecarga ou por fatalidade”, explicou o preparador.
Segundo ele, a lesão do jovem Matheus foi uma surpresa e os exames constataram que o risco das dores já existiam devido a um quadro anterior do jogador, quando ele ainda jogava na base do Palmeiras.
“No caso do Matheus, contra o Guabirá pela Sul-Americana, ele sentiu uma dor na coxa anterior da perna direita, no segundo tempo, após um tiro de meta longo que ele deu. Até então estava tudo normal, ele nunca sentiu nada com a gente nesses dois anos anos, ele nunca relatou nada. No pós jogo ele veio me falar dessa lesão, que ele teve uma lesão parecida na época do Palmeiras em que ele jogava, aliás, ele teve duas lesões na mesma perna”, destacou Rogério Lima.
“Na própria ressonância que ele fez depois, o doutor me mostrou que, realmente, ele até tinha uma fibrose no local, e ele acabou indo para o sacrifício já que o Douglas estava com a Covid-19 e o Claus num período final de recuperação”, ressaltou.
O preparador ainda relatou que, desde que sentiu os incômodos, a rotina de trabalho com o goleiro mudou, para garantir que ele estivesse apto a entrar em campo.
“Ele pouco treinava, porque a gente tinha que tirar a carga do Matheus justamente por esses jogos que tínhamos pela frente. Estávamos tendo um cuidado muito grande”, esclareceu. “No pós-jogo ele sempre travava, no dia seguinte ele não ia para campo, nos dias depois ele fazia algo bem leve e assim a gente preparava o Matheus para os jogos seguintes. Evitando algumas coisas, como bater tiro de meta (…) trabalhando apenas saída curta”, relatou.
Mesmo com o imprevisto, em um momento que os goleiros do time principal estavam impossibilitados de assumir a função, o preparador garantiu que Matheus Teixeira estava bem preparado para a responsabilidade.
“Na verdade, a gente vem trabalhando o Matheus desde o ano passado. Naquela ocasião o Matheus era o quarto goleiro. É um garoto bastante dedicado, empenhado no dia a dia, e ele veio se preparando para isso também, a gente só não esperava que fosse dessa forma: numa semifinal ele acabou estreando na equipe principal. (…) O fato de ele estar jogando na equipe de transição ajudou muito e facilitou muito para a gente”, completou.
Na entrevista, ele ainda falou sobre o trabalho com a equipe de goleiros, a atuação de Matheus Teixeira no Campeonato Baiano e na conquista do título do Nordestão, além da atitude de Douglas em prestigiar o colega após o fim da partida. (BN)