O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), declarou mais uma vez que não pretende trazer ideologias políticas e, tampouco, federalizar a eleição ao Governo da Bahia em 2022. Pré-candidato ao Palácio de Ondina, o baiano afirma que não é um político de direita.
“Eu acho tão cafona essa coisa de direita e esquerda. Quem me acompanhou aqui durante oito anos, que eu não fui um primeito de direita. Quem me conhece sabe que eu não gosto deste título. Acho até que, em oito anos, surpreendi quem tinha essa visão”, ressaltou ao ser indagado pela reportagem do BNews durante um café da manhã com a imprensa nesta semana.
“Não posso acreditar que 74% da população que me elegeu e 64% da população que elegeu Bruno seja de direita em Salvador. Não suporto esse rótulo. Não serei candidato de direita. Não vou fazer esse jogo maniqueísta. Pretendo conversar com todos e ser aberto a todo mundo. Não tenho dificuldade de convivência”, emendou.
O herdeiro carlista afirmou ainda que mantém contato cordial, inclusive, com o seu principal adversário para 2022. “Com o próprio Jaques Wagner a gente sempre teve uma relação muito boa. A gente se encontra em Brasília. Essa semana nos encontramos de novo. Os nossos gabinetes são no mesmo prédio no Senado. Estou no 26º e ele está um pouco mais abaixo e a gente bate-papo com cordialidade”, afirmou.
Ele também disse que não tem indicações no Governo Bolsonaro. “Sobre acenos ou aproximações com o bolsonarismo ou aproximações, os baianos sabem qual foi a minha opção. Podia ter feito uma opção em 2018, quando o Governo não tinha o desgaste que tem hoje e tudo era expectativa de poder, quando o DEM teve três deputados escolhidos ministros, podia ter entrado de corpo e alma no governo. Nunca indiquei ninguém para o governo. Não tenho um porteiro, um servente… Por que será?”, indaga.
Rompimento com João Roma
Ainda no encontro, ACM Neto voltou a falar sobre o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), com quem rompeu no início do ano. Ele foi contra a entrada dele para o time de colaboradores do Governo Bolsonaro.
“Eu não tenho mantido contato com João Roma. Depois que João Roma foi escolhido ministro e assumiu o ministério, dei uma declaração naquele momento. Precisava marcar claramente minha posição e depois isso deixou de ser uma questão para mim. Ele toca a vida dele lá. Agora, efetivamente, desde que ele assumiu o ministério, não há contato entre nós”, lembrou.
Ele não descarta, contudo, conversar com o deputado licenciado em breve. “O futuro, eu não sei”, apontou. “Tenho uma coisa muito boa na minha vida, uma virtude. Alguns amigos dizem que é um defeito: não sou uma pessoa refém de mágoa, rancor e ódio. Não sou uma pessoa que guarda sentimentos negativos no meu coração. Isso me faz bem como ser humano. Então, não posso falar nada em relação ao futuro. Posso apenas falar sobre o presente”.
Eliezer Santos e Henrique Brinco / BNews