O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou outros Poderes para o fracasso na política de privatizações no governo Jair Bolsonaro (PL). Ele disse nesta sexta-feira (17) ser inadmissível que o governo, eleito com um programa liberal que inclui privatizações, esbarre em obstáculos de outros Poderes para vender empresas estatais.
“É inadmissível que não se consiga vender. Se não fica parecendo que é operação tartaruga, para descumprir a vontade popular”, disse o ministro durante entrevista coletiva de fim de ano.
“O presidente se comprometeu com programa de privatização. Na hora que vai privatizar, outros Poderes impedem a privatização? Isso cria precedente desagradável”, afirmou Guedes.
Na quinta-feira (15), o TCU (Tribunal de Contas da União) adiou a decisão sobre a privatização da Eletrobras, após um pedido de vista feito pelo ministro Vital do Rego.
“O MME [Ministério de Minas e Energia] não deixou claro qual será o impacto tarifário quando a privatização ocorrer”, disse Vital durante a sessão plenária.
A outra estatal que está com a privatização emperrada são os Correios. A votação do projeto que permite a venda da empresa ocorreria no início de novembro na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, mas acabou sendo adiada.
“Tivemos dificuldades aqui, ali, é natural, às vezes o TCU dá uma sugestão, às vezes o Supremo dá outra sugestão, está tudo certo. A democracia é assim mesmo. Agora, nós esperamos que em quatro anos seja possível vender duas empresas estatais”, disse Guedes.
O ministro defendeu as duas privatizações. Segundo ele, tanto Eletrobras quanto Correios estão descapitalizados, o que compromete a capacidade de investimento das companhias. (Metro1)