Depois do 50º título de Campeonato Baiano conquistado pelo Bahia no último fim semana, o elenco tricolor agora já virou a chave e foca na preparação para as disputas da Copa do Brasil e do Brasileirão Série A. Enquanto a equipe não entra em campo novamente, ainda dá tempo do torcedor saborear a marca histórica alcançada na competição estadual e relembrar as conquistas do clube ao longo da história.
Desde 1931, ano de fundação do Esporte Clube Bahia, a torcida já se acostumou a ver o clube criar uma trajetória de sucesso no estadual, alcançando em pouco tempo o status de maior vencedor do torneio e batendo recordes difíceis de serem superados, como o heptacampeonato conquistado entre 1973 e 1979.
Diante da marca expressiva de 50 troféus do Baianão, o Correio analisou e listou algumas estatísticas interessantes envolvendo os adversários do Bahia em finais do estadual. Aquela que chama mais atenção do torcedor do Bahia envolve, claro, os confrontos contra o rival Vitória. Dos 50 títulos conquistados pelo tricolor em sua história, 60% deles envolveram finais diretas no estadual.
Contra o Vitória, dessas 30 finais disputadas, foram 12 vencidas em cima do rival. Isso representa 24% das conquistas totais. Para se ter uma ideia da força do confronto no estado, o segundo time que o tricolor mais enfrentou em finais foi o Galícia, com três decisões diretas.
Vale ressaltar que a apuração considera “finais de Campeonato Baiano” aquelas edições do estadual onde houve, de fato, pelo menos um jogo no formato eliminatório para consagrar um campeão. Em alguns casos essas finais foram decididas em três ou quatro partidas. Campeonatos que foram decididos nos pontos corridos, em quadrangulares ou triangulares não possuem um adversário único derrotado na final.
Para analisar essa estatística, foram utilizados dados e informações da plataforma Futebol Nacional, que reúne informações, placares e tabelas de campeonatos do Brasil a partir do registro de pesquisadores, e também do livro Esporte Clube da Felicidade, do escritor Nestor Mendes Jr.
As outras conquistas do Bahia em finais de Baianão estão diluídas entre equipes do interior e outras tradicionais que já não competem em alto nível a primeira divisão do estadual. A estatística de finais contra o Vitória não engloba a fatídica decisão de 1999, onde o segundo jogo acabou sendo suspenso por um desentendimento das equipes quanto ao mando de campo e, em 2005, a Federação Bahiana de Futebol consagrou ambos campeões estaduais.
Veja a lista completa:
- Vitória – 12 finais vencidas (1947, 1950/58/59, 1974/75/76/79, 1981, 2012, 2014 e 2018)
- Galícia – 3 finais vencidas (1948, 1967 e 1982)
- Ypiranga – 2 finais vencidas (1949 e 1960)
- Atlético de Alagoinhas – 2 finais vencidas (1973 e 2020)
- Fluminense de Feira – 2 finais vencidas (1956 e 1991)
- Botafogo – 2 finais vencidas (1954 e 1961)
- Catuense – 2 finais vencidas (1983 e 1987)
- Leônico – 1 final vencida (1978)
- Juazeiro – 1 final vencida (2001)
- Vitória da Conquista – 1 final vencida (2015)
- Bahia de Feira – 1 final vencida (2019)
- Jacuipense – 1 final vencida (2023)
Edições vencidas por pontuação
Para o torcedor tricolor não ficar perdido na conta, é importante explicar que em outras 19 oportunidades (38% das edições) o Campeonato Baiano foi realizado com um regulamento diferente, que não previa a classificação de equipes para uma decisão. Em alguns anos, como nas décadas de 1930 e começo dos anos 1940, o estadual funcionava com pontos corridos. O Bahia foi campeão de nove edições entre 1931 e 1945, e em quase todas elas o troféu ia para a equipe mais bem colocada na pontuação.
“Quase todas” porque em 1938 e 1945 houve regulamentos específicos. Em 1938 aconteceu dois campeonatos no mesmo ano. No primeiro deles, o Botafogo enfrentou o Galícia em uma final e venceu o troféu. No segundo, o Bahia foi o primeiro colocado na tabela de pontos corridos e também foi considerado campeão. A CBF reconhece as duas equipes como detentoras do título.
Já em 1945 aconteceu uma “final” entre Bahia e Galícia. Após a fase de grupos os times se enfrentaram em dois jogos, um vencido pelo Azulino por 2×1 e o outro um empate em 4×4. Acontece que esses resultados somariam pontos para a tabela geral do estadual. O Galícia ganhou mais três pontos (a vitória valia apenas dois pontos naquela época) e o Bahia somou mais um. No geral, o Esquadrão terminou com 27 pontos, enquanto o Azulino ficou com 22.
Além dos anos iniciais de conquistas do Bahia no Campeonato Baiano, as disputas por pontos corridos fez parte de toda a história do clube no estadual. Alguns exemplos de troféus conquistados após ficar na frente na tabela são os títulos de 1950, 1952 e o bi de 1970/71.
Já houve edições onde o Bahia venceu todos os turnos de disputa do Baianão e minou as chances de uma eventual final, como em 1940, 1977, 1986,1993 e 1998. Em 1984 e 94 foram disputas vencidas em quadrangular e triangular final, respectivamente.
Título de 1998 (Reprodução/Placar)Título de 2015 (Felipe Oliveira/EC Bahia)Título de 1979 (Reprodução)Título de 1971 (Reprodução)Título de 1981 (Reprodução)Título de 2023 (Felipe Oliveira/EC Bahia)Título de 1998 (Reprodução/Placar)Título de 2015 (Felipe Oliveira/EC Bahia)
Veja outras curiosidades sobre as 50 conquistas do Bahia no Campeonato Baiano:
Clube que mais vezes foi vice-campeão para o Bahia: Em 17 oportunidades o Vitória foi o vice-campeão baiano nas edições que o Bahia foi vencedor. Além das 12 derrotas em finais diretas, o rubro-negro foi o segundo colocado do Baiano atrás do Bahia em mais cinco edições.
A final mais longa aconteceu diante do Vitória: A decisão do título de 1959 só foi concluída, de fato, em março de 1961 por conta da disputa de competições simultâneas, como a Taça Brasil. Foram quatro jogos que definiram o Bahia campeão. Primeiro, derrotou o rival por 3×1. Na sequência, perdeu por 1×0 e venceu o terceiro por 2×0. Por fim, no dia 26 de março de 1961 o Bahia empata em 1×1 e é campeão baiano.
Maior goleada em final: Das finais diretas disputadas, a goleada de 6×0 em cima do Vitória da Conquista em 2015 é o maior placar alcançado pelo Bahia. Após perder o jogo de ida por 3×0 no Lomanto Júnior, em Conquista, o tricolor aplicou 6 gols de diferença e superou a vantagem que precisava para sair com a taça. Robson e Bruno Paulista marcaram um gol cada, além de Souza e Kieza que balançaram as redes duas vezes.
Única decisão nos pênaltis: Em 2020, diante do Atlético de Alagoinhas, o Bahia experimentou sua primeira final de Baiano vencida nos pênaltis. Após empates em 0x0 e 1×1, as equipes partiram para as penalidades no estádio de Pituaçu – que estava completamente vazio por conta das restrições da pandemia.