O primeiro Ba-VI das finais do Campeonato Baiano depois de seis anos terminou com mais uma virada histórica do Vitória para cima do Bahia, no final da tarde deste domingo (31), no Barradão. Um jogo que começou amarrado e sem chances claras no primeiro tempo, mas teve uma segunda etapa eletrizante com cinco gols. O Bahia até abriu 2 a 0 com gols de Thaciano e Cauly, mas o Vitória se impôs dentro da sua casa e foi às redes com Matheus Gonçalves (duas vezes) e Iury Castilho, garantindo a vantagem para a partida de volta da decisão.
Com o resultado, o Rubro-Negro agora pode até empatar na Fonte Nova, no próximo domingo (7), e levantar a taça do Campeonato Baiano de 2024. Já o Bahia, precisa vencer por ao menos um gol de diferença para levar a decisão para os pênaltis ou ganhar por mais de um gol para ser campeão.
Diferente do que foram os dois primeiros clássicos do ano – um pelo Baianão e outro pela Copa do Nordeste -, a bola não foi às redes logo de início. Mesmo com duas chances claras para os dois lados, proporcionadas por falhas dos goleiros Marcos Felipe e Lucas Arcanjo, Bahia e Vitória não conseguiram abrir o placar no primeiro tempo. Com as marcações das duas equipes encaixadas, poucas oportunidades de gol foram registradas aos longos dos primeiros quarenta e cinco minutos da decisão.
No segundo tempo, porém, a chave virou para os dois lados. Com menos de um minuto, aproveitando erro da saída do Rubro-Negro, o Bahia abriu o placar com Thaciano. Depois, o Esquadrão ampliou com Cauly. Apesar disso, o Vitória não se abateu, conseguiu dois gols com Matheus Gonçalves – vilão da derrota do Leão no clássico pela Copa do Nordeste – e Iury Castilho, que anotou um golaço para determinar a vantagem para o time da casa.
O jogo
A partida começou truncada, com as duas equipes se estudando e muitas disputas de bola no meio de campo. Tanto Vitória como Bahia encaixaram a marcação e, nos primeiros dez minutos jogo, os dois times sofreram para criar oportunidades de gol com a bola nos pés. Nos primeiros minutos, o Rubro-Negro dominou a posse de bola e concentrou jogadas pelos lados do campo.
Foi numa dessas investidas, inclusive, que o Vitória criou a primeira chance clara de gol. Em lançamento para Osvaldo pela direita do ataque do Leão, aos 16 minutos, Marcos Felipe saiu mal e deu a bola nos pés de Alerrandro, que em frente ao gol e sem goleiro, perdeu uma chance inacreditável de abrir o placar.
Depois da chance perdida, o jogo voltou ao que era: muito brigado, mas pouco produtivo. Só aos 27 minutos, o Bahia conseguiu assustar o torcedor do Vitória que lotou o Barradão. Após troca de passes pelo lado esquerdo do ataque do Esquadrão, Jean Lucas encontrou Cauly dentro da grande. O camisa 8 até conseguiu dominar e limpar para a perna direita, mas foi travado na hora do chute pelo volante Willian Oliveira.
Logo após o lance, o árbitro Bruno Pereira Vasconcelos apitou a parada para hidratação. Na volta, aos 32 minutos, foi a vez de Cauly servir Jean Lucas depois de bela arrancada. Livre na frente da área, o volante até finalizou, mas não deu trabalho a Lucas Arcanjo, que defendeu em dois tempos. A partir daí, os papéis se inverteram. Enquanto o Bahia dominou a bola e as ações ofensivas, o Vitória esperou e se fechou. Ainda assim, o Tricolor demorou a produzir chances claras para marcar.
Já aos 47 minutos, depois da bola ser lançada na área Rubro-Negra e Lucas Arcanjo sair mal, a bola sobrou para Thaciano dentro da pequena área. Apesar de conseguir abaixar para cabecear e mandar a bola na direção do gol, o camisa 16 do Bahia viu Wagner Leonardo salvar o Vitória embaixo da linha gol, afastando o perigo. Depois do lance, a arbitragem encerrou a primeira etapa em 0 a 0.
Segundo tempo
A falta de chances e de gols da primeira etapa ficou no passado antes mesmo do primeiro minuto do segundo tempo. Em saída errada do Vitória, Juba conseguiu lancar Cauly rapidamente. O meia ficou de frente para Lucas Arcanjo na grande área rubro-negra e só rolou de lado para Thaciano, que só empurrou para redes sem goleiro e abriu o placar. Na comemoração, o camisa 16 provocou a torcida do Leão e recebeu cartão amarelo.
Após o Esquadrão sair na frente, o jogo ficou mais nervoso e pegado. Em desvantagem, o Vitória intensificou o domínio da posse de bola e tentou levar risco à meta de Marcos Felipe. Porém, o time da casa esbarrou no sistema defensivo do rival e pecou nos passes decisivos. Só aos 13 minutos do segundo tempo, o Vitória quase conseguiu empatar. Em jogada pela direita, Zeca cruzou para Alerrandro e viu Arias desviar a bola, quase marcando contra.
O Vitória seguiu concentrando a bola, mas aos 17 minutos, foi o Bahia quem marcou novamente. Em bola trabalhada pelo Esquadrão, Juba recebeu pela ponta esquerda, ergueu a cabeça e encontrou Cauly, livre de marcação, para ampliar o placar no Barradão. No segundo gol, porém, não houve provocação e Cauly foi até os reservas comemorar. Apesar da desvantagem, o Vitória não se abateu no jogo e continuou se lançando ao ataque.
E, por isso, foi premiado aos 21 minutos da segunda etapa. Após troca de passes, Matheusinho recebeu na entrada da área e tentou chute. A bola desviou em Cuesta que tentou bloquear o chute, mas foi parar nos pés de Matheus Gonçalves, que tinha acabado de entrar, e colocou com categoria no canto esquerdo, sem chances de defesa para o goleiro Marcos Felipe.
Depois do Leão diminuir, o jogo seguiu frenético, com fortes divididas e muito trabalho para a arbitragem. Apesar disso, com o passar dos minutos, o jogo esfriou em chances claras. Aos 31 minutos, Rogério Ceni optou por fortalecer a defesa, tirando Thaciano para colocar David Duarte e trocando Caio Alexandre por Yago Felipe. Na troca, Juba passou a ocupar a ala esquerda do Bahia, enquanto Rezende foi para a cabeça de área.
As mudanças de Ceni pareceram até surtir efeito nos primeiros minutos. No entanto, o Vitória seguiu pressionando e, na insistência, conseguiu deixar tudo igual na decisão. Isso porque, aos 43 minutos da segunda etapa, Iury Castilho foi lançado na ponta direita, driblou e finalizou para grande defesa de Marcos Felipe. Na sobra, no entanto, Matheus Gonçalves, novamente, finalizou com perfeição para encher as redes do Bahia.
O mesmo Iury Castilho, que foi decisivo no segundo gol, voltou a aparecer para o Leão aos 53 minutos do segundo tempo, quando pegou de primeira um belo chute para vencer Marcos Felipe e dar um ponto final à decisão no Barradão, garantindo vantagem no jogo de volta. Com o estádio indo a loucura e o Vitória na frente do placar, o jogo foi encerrado.
Ficha técnica
- Vitória 3 x 2 Bahia – Campeonato Baiano (Final/Ida)
- Vitória: Lucas Arcanjo, Zeca, Camutanga, Wagner Leonardo, Patrick Calmon (Iury Castilho), Willian Oliveira (Matheus Gonçalves), Dudu (Lucas Esteves), Rodrigo Andrade, Matheusinho, Osvaldo (Zé Hugo) e Alerrandro (Léo Gamalho). Técnico: Léo Condé.
- Bahia: Marcos Felipe, Arias, Kanu, Cuesta, Rezende, Caio Alexandre (Yago Felipe), Jean Lucas, Everton Ribeiro (Ademir), Cauly, Juba (Caio Roque) e Thaciano (David Duarte). Técnico: Rogério Ceni.
- Local: Barradão
- Gols: Thaciano, aos 1 minuto do segundo tempo; Cauly, aos 17 minutos; Matheus Gonçalves, aos 21 minutos e aos 43 minutos; Iury Castilho, aos 53 minutos;
- Cartão amarelo: Rodrigo Andrade, Camutanga e Dudu (Vitória); Thaciano e Caio Alexandre (Bahia);
- Cartão vermelho: –
- Público: 30.793
- Renda: R$ 863.763,00
- Arbitragem: Bruno Pereira Vasconcelos, auxiliado por Luanderson Lima dos Santos e Alessandro Álvaro Rocha de Matos em campo. No VAR, Diego Pombo Lopez.