Seis novos casos da doença de Haff, conhecida como “doença misteriosa da urina preta”, estão em investigação na Bahia. A doença causa rigidez muscular súbita, dor muscular, torácica, dificuldade para respirar, dormência e perda de força no corpo e deixa a urina escura. A condição também pode evoluir com insuficiência renal e, se não tratada, levar a morte.
No ano passado o registro de casos acendeu um alerta na Secretaria da Saúde do estado (Sesab). Em novembro a pasta chegou a emitir um alerta direcionado a profissionais de saúde do estado para a ocorrência de casos de Haff. Uma nota técnica com informações sobre a doença, sintomas, possíveis causas e os casos já registrados foi publicada no site da pasta (leia mais aqui).
De acordo com a Sesab, em 2021 foram notificadas oito ocorrências da doença de Haff nos municípios de Alagoinhas, Simões Filho, Maraú, Mata de São João e Salvador. Até o momento, dois casos foram descartados e seis permanecem em processo de investigação.
No ano passado foram notificados 45 casos e confirmados 40, em Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Entre Rios, Dias D’Ávila e Candiba.
Em 2019 o estado não teve notificações da doença, mas entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017 foram registrados 71 casos, nos municípios de Salvador (66), Vera Cruz (1), Dias D’Ávila (1), Camaçari (1), Feira de Santana (1) e Alcobaça (1). A Sesab informa que os casos verificados nos anos de 2016 e 2017 resultaram em dois óbitos, sendo um em paciente de Salvador e outro de Vera Cruz, ambos com comorbidades.
RELAÇÃO COM CONSUMO DE PEIXE
Até dezembro do ano passado, os casos da doença de Haff na Bahia estavam, na grande maioria, relacionados ao consumo de peixe. Na época, a Sesab informou ao Bahia Notícias que nos, até então, 30 casos, o aparecimento dos sintomas ocorreu após a ingestão de peixe e mais 80% relataram ter consumido o peixe conhecido como “olho de boi” (BN)