Bahia perde para o Fluminense com pênalti apontado pelo VAR

Nenê marcou o único gol da partida, em pênalti marcado pelo VAR (Lucas Merçon / Fluminense FC)

O Bahia chegou neste domingo (11) à sua oitava derrota na Série A do Campeonato Brasileiro. Jogando no Maracanã, acabou derrotado por 1×0 para o Fluminense. O gol solitário veio em pênalti marcado com ajuda do árbitro de vídeo.

A derrota equilibra o que poderia ser uma reação do Esquadrão na Série A, após vencer duas vezes – justamente contra outros cariocas – nos três jogos anteriores.

Com a derrota, o Bahia fica com 15 pontos, mesma pontuação do Botafogo, primeiro colocado do Z4. Tanto o alvinegro carioca como Atlético-GO, Corinthians e Ceará, que estão abaixo do tricolor com a mesma pontuação, ainda jogam na rodada.

Com isso, o Esquadrão pode retornar ao Z4. Para tanto, é preciso que Corinthians e Ceará empatem em jogo às 20h30. Atlético-GO precisa vencer ou empatar como Red Bull Bragantino e o Botafogo precisa vencer ou empatar com o Sport.

RESUMÃO

Não foi um jogo agradável. Atuando fora de casa, o Bahia errou na estratégia: deu a bola ao Fluminense na primeira etapa e buscou o contra-ataque, que não encaixou em momento algum. O tricolor carioca, por sua vez, não conseguiu criar.

O marasmo da primeira etapa tornou-se um deserto de futebol no segundo tempo. Que só foi quebrado pelo pênalti marcado a favor do Fluminense, aos 26 minutos da etapa final.

Depois de sair atrás do placar, Mano Menezes mudou todo o ataque, colocou o time para pressionar o Fluminense, mas não conseguiu a reação.

O veterano Nenê marcou o gol solitário da partida, de pênalti, aos 26 minutos do segundo tempo. Foi o sétimo gol do meia de 39 anos no Brasileirão, terceiro maior artilheiro do campeonato.

TRABALHOU O VAR

O lance decisivo do jogo veio graças à intervenção do árbitro de vídeo. Aos 22, Nenê invadiu a área pela esquerda e caiu após dividida com Gregore. O time inteiro do Fluminense reclamou, mas o árbitro mandou seguir.

Um minuto depois, quando a bola parou, José Mendonça foi chamado para rever o lance. Após muita confusão, com direito do técnico do Esquadrão recebendo cartão amarelo por reclamação, o árbitro deu o pênalti.

Na interpretação do árbitro, Gregore derrubou Nenê colocando o ombro nas costas do meia do tricolor carioca.

MANO MENEZES

Na falta de um futebol mais atraente em campo, o técnico do Bahia foi uma atração à parte. Sem torcida e com microfones abertos em campo, deu para ouvir toda a resenha, misturada com provocação, de Mano Menezes com Odair Hellmann.

Sem falar nas reclamações inusitadas: “só vi isso em rugby”, berrou com o árbitro depois de uma falta mais forte. “Só tem phD em reclamação nesse jogo”, disse quando os jogadores cercaram o árbitro. Isso sem falar nas críticas aos domínios e passes ruins dos seus atletas.

O auge veio após a marcação do pênalti pró-Fluminense, quando ele ironizou o árbitro, dizendo que o gol seria creditado a ele com assistência do árbitro de vídeo, Rafael Trasci.

MUDANÇAS

Na etapa final, Mano Menezes colocou o Bahia para cima do Fluminense. Mudou todo o grupo de ataque, e o tricolor chegou a ficar com quatro homens ofensivos em campo: Élber, Marco Antônio, Saldanha e Fessin.

A equipe chegou a martelar o adversário, mas careceu de maior criatividade no meio-campo. Com isso, apelou para as bolas aéreas diante de uma defesa bem postada do Fluminense.

PRIMEIRO TEMPO

Em resumo, a estratégia adotada por Mano Menezes não funcionou na primeira etapa. O Fluminense dominou a bola por todos os 45 minutos iniciais, ocupou o campo de ataque com tranquilidade, mas não criou chances.

O tricolor baiano apostava no contra-ataque, que acabou não saindo em momento algum. O único perigo criado pelo Bahia foi aos 25, quando Gilberto saiu da área, recebeu, girou e chutou forte, passando perto da trave.

O Fluminense teve duas chances. Aos 28, Julião cruzou na área, Fred ajeitou e Nenê chutou de primeira, no canto. Douglas pegou. Aos 34, Julião cruzou outra vez da direita e a bola passou por todo mundo na pequena área.

SEGUNDO TEMPO

Se o primeiro tempo foi de poucas emoções, a etapa final foi um sofrimento, com pouquíssimo futebol. O Fluminense até deu a impressão de que voltaria do intervalo com mais ímpeto, com um lance perigoso aos seis minutos.

Foi quando Fernando Pacheco disparou pela direita, se livrou da marcação e chutou cruzado, rasteiro, da entrada da área. A bola bateu na trave e, para a sorte de Douglas, voltou nas mãos do goleiro.

O marasmo da partida foi quebrado aos 26, quando o árbitro deu o pênalti a favor do Fluminense após muita reclamação do Bahia. Nenê cobrou e abriu o placar.Apesar da tentativa de colocar o time para cima do adversário, Mano não conseguiu a reação que esperava. A melhor chance veio aos 27, quando Saldanha cabeceou por cima do gol.

E A CLASSIFICAÇÃO?

O Bahia fica com 15 pontos na tabela, mesma pontuação do Botafogo, 17º colocado e primeira na zona de rebaixamento. A posição ao término da 15ª rodada ainda pode mudar até a noite deste domingo (11).

Ceará (14º), Corinthians (15º), Atlético-GO (16º) e Botafogo (17º), todos com 15 pontos, ainda jogam nesta rodada.

PRÓXIMOS JOGOS

O Bahia volta a campo contra o Goiás, mais uma vez fora de casa. O duelo será nos novos dia e horário lançados pela CBF para a Série A: sexta-feira (16), às 20h. O próximo jogo em casa também será numa dia de semana: na segunda-feira (19), recebe o Atlético-MG em Pituaçu às 20h.

FICHA TÉCNICA

Fluminense 1×0 Bahia – 15ª rodada da Série A 2020

Fluminense: Muriel; Igor Julião, Nino, Digão e Danilo Barcelos; Hudson e Dodi; Yago Felipe, Nenê (Luiz Henrique) e Fernando Pacheco (Caio Paulista); Fred (Felippe Cardoso). Técnico: Odair Hellmann.

Bahia: Douglas; Ernando (Nino Paraíba), Lucas Fonseca, Juninho e Juninho Capixaba; Gregore, Elias e Daniel (Marco Antônio); Rossi (Fessin), Gilberto (Saldanha) e Clayson (Élber). Técnico: Mano Menezes.

Gols: Nenê (de pênalti), aos 29 minutos do 2º tempo.

Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro.
Cartão amarelo: Digão e Danilo Barcelos (Fluminense); Lucas Fonseca, Marco Antônio e Daniel (Bahia)
Arbitragem: José Mendonça da Silva Junior, auxiliado por Bruno Boschilia e Sidmar dos Santos Meurer.

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