Sem conseguir marcar em um jogo vibrante, a “ótima geração belga” se despediu da Copa do Mundo com um empate nesta quinta-feira em 0 a 0 com a Croácia, que se classificou para as oitavas de final como segunda colocada do Grupo F, que terminou com o Marrocos na liderança.
A equipe africana surpreendeu na chave e garantiu a primeira posição ao derrotar o Canadá por 2 a 1.
No estádio Ahmad Bin Ali Stadium, diante de 44 mil espectadores, a derrocada da geração de ouro da Bélgica se resumiu no fato de seu maior símbolo, Eden Hazard, ter acompanhado a eliminação do banco de reservas, entrando só aos 42 minutos do segundo tempo.
Aclamado desde o aquecimento, seu companheiro de Real Madrid Luka Modric mostrou que a Croácia, atual vice-campeã mundial, promete dar trabalho no Catar.
“Estamos muito felizes por estarmos nas oitavas de final. Pelo nosso jogo, merecemos”, comemorou Modric em entrevista ao canal HRT depois da partida.
“Fizemos um bom jogo, com momentos complicados porque jogamos contra um grande time (…) Mostramos que somos uma equipe muito boa, que podemos jogar contra qualquer um”, acrescentou o meia croata.
A Bélgica, que na Copa da Rússia terminou em terceiro, deixa de forma prematura o Mundial, numa semana em que seus líderes não mostraram harmonia e seu jogo não fluiu.
- Impedimento milimétrico –
O duelo começou aberto. Com apenas dez segundos de jogo, Ivan Perisic recebeu na entrada da área e após um drible soltou uma bomba que foi desviada.
Depois de precisar de alguns minutos para se acalmar, a Bélgica respondeu com duas chegadas. Yannick Carrasco teve um chute travado na pequena área (10) e Dries Mertens mandou por cima após receber passe açucarado de Kevin De Bruyne (14).
Na sequência, o rumo do jogo poderia ter mudado em uma jogada que o juiz marcou pênalti, após pisão de Carrasco em Andrej Karamaric dentro da área.
Luka Modric se preparava para a cobrança quando o VAR pediu revisão ao árbitro, que depois de consultar o monitor anotou impedimento no início do lance.
Os ‘Diabos Vermelhos’ tinham uma “vida extra” e ainda assim, como nos jogos anteriores, mostraram suas limitações: um time previsível e incapaz de quebrar a organizada linha defensiva croata.
A outrora dinâmica equipe belga perdeu a sua essência no Catar, dependendo de lampejos De Bruyne e Carrasco.
No ataque, a Croácia exibia concentração e boa movimentação, com um jogo em harmonia. O time terminou o primeiro tempo com uma finalização desviada do lateral Josip Juranovic.
- Lukaku desperdiça –
O técnico da Bélgica, Roberto Martínez, queimou seu último cartucho ao colocar depois do intervalo o atacante Romelu Lukaku, que não tinha sido titular no torneio devido a uma lesão muscular.
Seu impacto foi imediato. Logo aos 34 minutos, Likaku deu trabalho para o goleiro Dominik Livakovic em uma cabeçada.
Dez minutos depois, perdeu chance incrível em rebote na área ao acertar a trave. Mais tarde, com o goleiro croata batido no lance, mandou uma cabeçada por cima.
Thibaut Courtois também teve trabalho para parar os croatas. Aos cinco minutos do segundo tempo, Kovacic chutou forte e o goleiro belga fez grande defesa, em seu 100º jogo pela seleção.
Courtois continuou mostrando reflexos em lances contra Brozovic e Modric.
Na reta final, a Bélgica foi para cima. Lukaku continuou seu calvário e perdeu a chance mais clara do jogo a menos de dois metros da linha do gol. Foi a sentença dos ‘Diabos Vermelhos’.
“Lukaku teve chances, mas não foi só culpa sua”, declarou depois da partida o atacante belga Jeremy Doku. (GZH)