Aos 93 anos, Bento XVI teve seu posicionamento sobre a união de pessoas do mesmo sexo – popularmente tratada como “casamento gay”- repercutida após a publicação de um livro biográfico intitulado Bento XVI – Uma Vida, que reune várias entrevistas dadas pelo pontífice ao autor.
O papa, que exerceu o pontificado entre 2005 e 2013, reiterou sua oposição ao “casamento gay” e associou a ideologia que cerca esse tipo de união ao espírito do anticristo: “Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade. Acontece a mesma coisa com o aborto e a criação de vida humana em laboratório”, lamentou o religioso alemão.
Conhecido por sua tradicional rigidez e objetividade, Bento XVI afirmou que “a verdadeira ameaça para a Igreja é a ditadura mundial de ideologias que se pretendem humanistas”, e que encaminham a sociedade para um horizonte de idolatria irreversível: “A sociedade moderna está formulando um credo ao anticristo que supõe a excomunhão da sociedade quando alguém se opõe”.
Seu relacionamento com o papa Francisco, que tem postura amplamente divergente e é considerado o “mais progressista” dos pontífices que já lideraram a Igreja Católica, é sempre alvo de especulações.
No livro, ele relata o oposto: “A amizade pessoal com o papa Francisco não apenas persistiu, como cresceu”, garantiu, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
Recentemente, o filme Dois Papas, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e distribuído pela Netflix, contou a história do diálogo mantido por Bento XVI com o então cardeal Jorge Mario Bergoglio sobre a decisão de deixar o pontificado e a amizade surgida entre ambos a partir de então.
Após a decisão de se aposentar, o papa emérito viu o amigo ser eleito pelo conclave realizado entre 12 e 13 de março de 2013.