O presidente Jair Bolsonaro comentou em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira, 31, os supostos casos de sabotagem dentro do governo.
O presidente falou sobre sabotagens e disse que a culpa é do “aparelhamento”: “É uma luta pelo poder. Há sabotagem às vezes de onde você nem imagina”.
“No Ministério da Defesa, por exemplo, colocamos militares nos postos de comando. Antes, o ministério estava aparelhado por civis. Havia lá uma mulher em cargo de comando que era esposa do 02 do MST. Tinha ex-deputada do PT, gente de esquerda… Pode isso? Mas o aparelhamento mais forte é mesmo no Ministério da Educação.”
Bolsonaro admite que errou ao ter nomeado Ricardo Vélez Rodriguez para o Ministério da Educação e “dividiu” a culpa com o escritor Olavo de Carvalho, que havia indicado o agora ex-ministro, que foi substituído por Abraham Weintraub.
“Errei no começo quando indiquei o Ricardo Vélez como ministro. Foi uma indicação do Olavo de Carvalho? Foi, não vou negar. Ele teve interesse, é boa pessoa. Depois liguei para ele: “Olavo, você conhecia o Vélez de onde?”. “Ah, de publicações.” “Pô, Olavo, você namorou pela internet?”, disse a ele.
O presidente também falou de seu partido, o PSL. Bolsonaro disse que a formação da bancada da sigla foi resultado de um “trabalho hercúleo”. Para ele, o partido foi “criado” em março do ano passado (quando ele se filiou), apesar da sigla existir desde 1994. “Fomos pegando qualquer um”, disse.
“E tem muita gente que entrou e acabou se elegendo com a estratégia que eu adotei na internet”, disse o presidente. “Eu falava: ‘Clica aqui. Vote em um desses colegas nossos’. Teve muita gente que falou para mim: “Nossa, eu não esperava me eleger”.
Para Bolsonaro, esta formação explica a inexperiência de seus colegas de partido. “O pessoal chegou aqui completamente inexperiente, alguns achando que vou resolver o problema no peito e na raça. Não é assim.”
Questionado sobre a possibilidade de mudar de partido, Bolsonaro respondeu: “Quando a gente se casa, a gente jura amor eterno. Está respondido?” (Estadão Conteúdo)