Calado na maior parte do tempo, depoente disse na CPMI que jamais colocaria bomba em um caminhão-tanque

Em outras respostas a questionamentos dos membros da CPMI, Washington afirmou que existiam “infiltrados” no acampamento mantido por bolsonaristas no QG do Exército em Brasília.

Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

Depois de ficar calado por mais de 40 minutos na CPMI do 8 de janeiro, George Washington, condenado pela justiça por participar da trama para explodir uma bomba perto do aeroporto de Brasília, disse que jamais colocaria um artefato em um caminhão-tanque cheio de combustível. O depoente começou a falar quando citou a família e o fato de ter um filho com necessidades especiais.

George Washington disse ser casado há 33 anos, ter dois filhos, e que há 37 anos atua no setor de gás e combustíveis. O depoente disse não ser “insano”, como afirmaram na CPMI, afirmou que por conhecer o ramo de inflamáveis, não colocaria uma bomba em um caminhão com carga de combustível de aviação.

“Há 37 anos trabalho dentro de empresas do ramo de inflamáveis. Seria uma loucura, uma insanidade, colocar algo que explodisse um caminhão-tanque. Tenho 55 anos, não estou insano como disseram aqui. Eu não seria louco de colocar artefato explosivo em cima de um caminhão, jamais em minha vida faria isso. Alegaram aqui que o caminhão iria entrar dentro do aeroporto e explodir um avião. Não é verdade, esse caminhão abasteceria caminhões menores. E esse artefato que a imprensa fala que era dinamite, até os próprios peritos falaram que era nitrato de amônia com mais alguma outra mistura, ou seja, não tinha poder de explosão”, disse George Washington.

Em outras respostas a questionamentos dos membros da CPMI, Washington afirmou que existiam “infiltrados” no acampamento mantido por bolsonaristas no QG do Exército em Brasília.

“Tinham infiltrados no acampamento, ônibus de infiltrados, e o Exército detectou isso. Pessoas que não faziam parte daquele acampamento no QG de Brasília, as próprias Forças Armadas identificaram muitos, tanto que foram retirados de dentro do acampamento todos os ambulantes que estavam vendendo lá”, disse um dos envolvidos na tentativa de explosão no dia 24 de dezembro, em Brasília.

O depoente George Washington disse ainda que jamais conheceu o jornalista Wellington Macedo, um dos que implantou o artefato explosivo no caminhão-tanque e que se encontra foragido, e que não se vê como um “terrorista”. Washington foi chamado de “covarde” e “mentiroso” por diversos membros da CPMI. (BN)

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