Por dez votos a sete, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (1º), a convocação de Anderson Torres, ministro da Justiça, para falar sobre o caso de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morto durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Genivaldo foi morto no dia 25 de maio, ao ser abordado por policiais rodoviários federais em Umbaúba, Sergipe. Ele foi preso no porta-malas da viatura, e os agentes jogaram gás lacrimogêneo dentro do compartimento. O laudo médico apontou que a causa da morte foi asfixia. Genivaldo foi abordado por estar pilotando uma motocicleta sem capacete.
A Polícia Rodoviária Federal é um órgão subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Por ter sido convocado, e não convidado, o que torna sua presença obrigatória, o ministro pode responder por crime de responsabilidade se não apresentar uma justificativa “adequada” em caso de ausência.
O presidente da comissão, o deputado Orlando Silva (PCdoB -SP), afirmou que a convocação – que ainda não tem data definida – não possui caráter pessoal. “É a convocação de um representante do estado brasileiro. É a demonstração de que a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados está indignada com o que aconteceu”, declarou.
“É a comissão que deve se debruçar diante de uma violação brutal. Eu sei que todos os deputados, sejam do governo ou da oposição, todos nós ficamos indignados com o assassinato do Genivaldo com a câmara de gás. Eu me emociono de ver as imagens, imagino que muitos de nós ficaram emocionados”, disse Orlando Silva.
Um dos deputados da base governista, o parlamentar José Medeiros (PL-MT), disse que a violência policial passa pela sanidade dos policiais, que precisam ser tratados. Ele ainda completou a fala dizendo que querer ligar o governo do presidente Jair Bolsonaro à atitude dos policiais que mataram Genivaldo é “uma sacanagem”
“Há uma maldade sem tamanho de querer usar isso para um ataque político, para querer ganhar votos”, afirmou o deputado. (BN)