A perícia nos áudios dos interfones do Condomínio Vivendas da Barra, onde mora o presidente Jair Bolsonaro (PSL), referentes ao dia da execução da vereadora carioca Marielle Franco foi feita um dia após a divulgação do caso pelo Jornal Nacional, da TV Globo, e ficou pronta em cerca de 2h25. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo.
Segundo a reportagem, a análise das conversas entre o porteiro e moradores da casa 65/66 foi solicitada oficialmente às 13h05m11s de terça-feira (29). Por volta das 15h30, após a perícia, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-BA) afirmou que o funcionário mentiu ao dizer à polícia que um dos acusados do homicídio, Elcio Queiroz, havia pedido para ir na casa 58, que pertence ao presidente Bolsonaro.
Todas as sete perguntas feitas pelo MP para os peritos fazem referência à casa 65/66, de Ronnie Lessa, acusado de participar do crime junto com Queiroz. No ofício encaminhado na terça à coordenadora de Segurança e Inteligência do MP do Rio, Elisa Fraga de Rego Monteiro, não há nenhuma questão sobre a casa 58 – como é presidente, Bolsonaro só pode ser investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
O jornal detalha ainda que tem os áudios com as conversas entre a portaria e as casas pelo menos desde o dia 14 de outubro. Durante a entrevista coletiva de terça, promotoras do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) disseram que os áudios da portaria mostram que a autorização para Queiroz entrar no condomínio foi dada por Lessa e afirmaram que não havia nenhuma gravação da suposta conversa entre o porteiro e algum morador da casa 58.