Um vírus comum, causador da conjuntivite, gastroenterite ou um simples resfriado, é a esperança contra o câncer. É o que afirma uma pesquisa realizada por um grupo de cientistas da Catalunha, na Espanha.
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer “é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células. Dividindo-se rapidamente, estas células agrupam-se formando tumores, que invadem tecidos e podem invadir órgãos vizinhos”. Mas o que leva a essas células se multiplicarem tão rapidamente?
Existe um tipo de proteína (EGFR) que está completamente associada ao câncer. Por exemplo, de acordo com o Instituto Fleury, 85% das células tumorais do câncer de pulmão, contam com sua presença. Fazer com que essa proteína seja reduzida, é ajudar diretamente na redução do tumor. E foi aí que o grupo de pesquisadores agiu.
Como o vírus ataca células doentes
Esse grupo, pertencente ao Instituto de Investigação Biomédica de Bellvitge, revela em seu estudo que o adenovírus é essencial nesse processo. Isso porque ele faz com que as células produzam uma espécie de anticorpo, que vai combater uma proteína que pode ser encontrada em muitos tipos de câncer.
Essa equipe, liderada por Carlos Fajardo, está trabalhando com adenovírus oncolíticos. Esses vírus atuam sobre as células afetadas pelo câncer sem fazerem estragos nas células saudáveis. Normalmente eles são responsáveis por doenças como constipações, conjuntivite ou gastrenterite, mas, neste caso são poderosas armas.
Claro que, para serem utilizados, eles são modificados em laboratório para se tornarem inofensivos para o paciente, porém são uma arma poderosa, capaz de combater o câncer. Mas há um problema, que os pesquisadores estão tentando contornar: o sistema imunológico, ao perceber a presença do vírus, acaba atacando e reduzindo sua vida útil.
Assim, eles estão em busca de uma solução. De acordo com Dr. Farjado eles estão encontrando uma solução. Estão tentando “redirecionar o sistema imunológico para atacar as células cancerígenas em vez do vírus. Dessa forma, não apenas impede-se que o vírus seja eliminado do organismo muito cedo, mas complementa-se sua ação adicionando o T linfócitos”.
Até o momento, o método só foi testado em camundongos, porém apresentou resultados realmente animadores. Eles conseguiram fazer com que anticorpos específicos atacassem a proteína EGFR, direcionando linfócitos para os tumores, tendo como resultado, uma melhor eficácia antitumoral. Ou seja, se está a um passo de conseguir mais uma forma de combater o câncer. (Dicas Online)