O comércio da cidade de Mulungu do Morro, na Chapada Diamantina, ficou fechado desde a chegada do corpo de Zé de Lessa, morto na última quarta-feira (4) e apontado como líder da facção Bonde do Maluco (BDM). O corpo do criminoso foi enterrado na tarde deste sábado (7) e velado na casa da mãe, que ainda mora no município.
O clima na cidade é de cautela, e muitos barraquistas sequer apareceram na feira tradicionalmente realizada aos sábados, que permaneceria no centro da cidade até 14h, num dia habitual.
Os moradores que podiam preferiram ficar em casa depois que, em áudios transmitidos por mensagens, criminosos ameaçaram qualquer sinal de “desrespeito” à memória do “Veinho”, como era conhecido Zé de Lessa. Não há nenhum esquema especial de segurança para o velório, segundo a polícia.
Apontado como líder da facção Bonde do Maluco (BDM), o então bandido mais procurado do estado foi morto na última quarta-feira (4), em uma área rural do estado do Mato Grosso do Sul, onde vivia em condição de foragido, após ter seu esconderijo descoberto pelos policiais.
O corpo foi trazido de avião até Salvador, segundo o coordenador regional de Polícia Civil de Seabra, Marcus Araújo, e depois seguiu, por estrada, até Mulungu. Zé de Lessa nasceu num povoado conhecido como Recife, em Carfanaum, também na região da Chapada. Desde a morte do criminoso, pelo menos oito festas foram canceladas, depois que áudios supostamente gravados por comparsas foram transmitidos.
Alerta
Com a morte de Zé de Lessa, foi emitido um alerta pelo Serviço de Inteligência (SI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para que os agentes ficassem atentos a possíveis ataques do BDM em todo o estado.
Zé de Lessa foi morto era o Ás de Ouros do Baralho do Crime da SSP, um arquivo que reúne os principais criminosos do estado. Ele tinha envolvimento com ataques a bancos, assaltos a carros-fortes, sequestro e tráfico de drogas. Zé de Lessa estava escondido no Paraguai. Em 2018, ele conseguiu fugir de uma caçada policial.
Procurada, a assessoria de comunicação da SSP negou o alerta e informou que o policiamento no estado não será reforçado. (Correio da Bahia)