Corregedoria vai apurar conduta de policiais que algemaram ex de Camila Pitanga após topless

Foto: Redes Sociais

A corregedoria da Polícia Civil do Espírito Santo vai apurar a conduta dos policiais que algemaram os pés da produtora Ana Beatriz Coelho após ela fazer topless em uma praia de Vila Velha.

Segundo a polícia, o procedimento já foi encaminhado para apreciação da corregedoria da corporação. A polícia não deu prazo para o término da investigação.

“Compete à corregedoria determinar, a partir da análise dos fatos, quais providências serão adotadas”, disse a polícia.

O caso aconteceu no dia 29 de janeiro, na Praia de Itapoã (reveja aqui). Ana, que é ex-namorada da atriz Camila Pitanga, foi abordada, algemada e levada para a delegacia. Junto com Ana Beatriz estava uma amiga, que também foi levada para a delegacia.

“Eu tinha acabado de colocar a blusa porque começou a esfriar. A gente estava indo embora”, contou Ana.

Com a chegada dos policiais, alguns banhistas se aproximaram do grupo. “Mais de dez pessoas estavam nos apoiando, entre mulheres e homens”, relatou a produtora em entrevista ao Fantástico.

Por uma rede social, a atriz Camila Pitanga lamentou o ocorrido com a ex e classificou o episódio como “violência policial claramente motivada pelo machismo e homofobia”.

“Minha solidariedade à Ana Beatriz Coelho, que sofreu no sábado uma violência policial claramente motivada pelo machismo e homofobia. Bia estava na praia com uma amiga e fazia topless, acabou na delegacia algemada pelos pés como vocês podem ver na imagem. É absurdo e constrangedor. Bia, espero que você esteja bem. Conte comigo sempre”, afirmou Camilla.

A Polícia Militar, em nota, informou que topless no local é proibido, e que “gentilmente” pediu para Ana Beatriz vestir uma roupa.

“A Polícia Militar informa que foi acionada na tarde do último dia 29 para verificar a informação de que uma mulher estaria sentada em uma cadeira no meio da areia na Praia de Itapoã, fazendo topless sem se importar com todos que estavam á sua volta. Uma guarnição prosseguiu até o local, onde fez contato com a mulher de 34 anos e, gentilmente, solicitou que ela colocasse uma vestimenta adequada pelo motivo de não ser permitido topless no local. Neste momento, uma amiga da mulher tirou a blusa e também em apoio a ela, causando intendo tumulto. Ambas foram encaminhadas à Delegacia Regional de Vila Velha”, divulgou a PM.

A polícia disse que as duas mulheres estariam infringindo o Artigo 233 do Código Penal.

O artigo enquadra quem pratica um ato obsceno em lugar público ou exposto ao público, mas não especifica o que é um ato obsceno.

“É o crime de ato obsceno, é um crime, está no código penal desde a década de 40. Ele é um crime muito vago, muito abrangente. Dar um beijo é um ato obsceno? Por exemplo, uma conduta que é relativamente comum, não é, a micção em público. Os homens que urinam em público. Nem tudo o que nos incomoda que nos desagrada é considerado como crime. Condutas que estejam inadequados não devem ser tratadas como crime, até porque elas ocupam a polícia, ocupam o judiciário que poderia estar cuidando de condutas mais lesivas, mais ofensivas”, destacou Patrícia Vanzolini, advogada.

Beatriz e a amiga foram conduzidas na viatura policial até a Delegacia Regional de Vila Velha.

“Um deles gritava. Ele ficou mandando a gente calar a boca, porque a gente inevitavelmente conversava uma com a outra. Ele pedia para calar a boca”, disse Beatriz sobre a conduta de um policial.

De acordo com a Polícia Civil, as mulheres foram ouvidas e liberadas “após a autoridade policial entender que não haviam elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante naquele momento”.

G1

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