Covid longa está ligada a dano duradouro na mitocôndria, diz estudo

A informação foi publicada pela Agência FAPESP nesta quarta-feira (22).

Um estudo internacional publicado pelo jornal Science Translational Medicine revela que o vírus da Covid-19 pode prejudicar diversos tecidos do organismo a função da mitocôndria – a “fábrica” de energia das células – criando um efeito global e prolongado em todos os órgãos da pessoa infectada.

A informação foi publicada pela Agência FAPESP nesta quarta-feira (22). De acordo com o texto, a descoberta de um efeito sistêmico relacionado com a inibição da função mitocondrial “abre caminho” para a busca de novos tratamentos tanto para casos graves da doença quanto para pacientes com Covid longa.

“A disfunção mitocondrial provocada pelo SARS-CoV-2 se mantém conservada, mesmo quando o vírus é eliminado. Isso configura mais um efeito sistêmico da doença. Neste trabalho, verificamos que o processo ocorre em vários tecidos do organismo, não só nas células do sistema imune [monócitos] ou apenas no pulmão, como se imaginava inicialmente. A disfunção mitocondrial pode ocorrer em todo o organismo e, entre as consequências, está o aumento da resposta inflamatória em pacientes graves”, explica o professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) Pedro Moraes-Vieira.

Segundo o BN, a investigação que deu origem ao artigo foi desenvolvida pelo consórcio COVID-19 International Research Team, que reúne pesquisadores de diferentes centros dos Estados Unidos, Coreia do Sul, Dinamarca, Paraguai e Brasil.

Os trabalhos são financiados pelo National Institutes of Health (NIH, dos Estados Unidos). O estudo é a continuação de uma investigação iniciada no ano de 2020, com apoio da FAPESP, na qual a equipe da Unicamp, liderada por Moraes-Vieira, descobriu que a COVID-19 poderia gerar disfunções na mitocôndria. Contudo, ainda não estava comprovado que se tratava de um problema generalizado.

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