Delegado de Porto Seguro diz que carceragem abriga 34 presos onde só cabem 4; seis deles testaram positivo para Covid-19

Delegacia de Porto Seguro, no sul da Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

A delegacia de Porto Seguro, cidade no extremo sul da Bahia, atualmente, abriga 34 presos onde só cabem 4, segundo informações do delegado Ricardo Feitosa, titular do local. Desses, seis detentos testaram positivo para Covid-19.

Desde o início da pandemia, o Conjunto Penal de Eunápolis, que é o complexo mais perto de Porto Seguro, não está recebendo novos presos. O delegado Ricardo contou que a carceragem está tendo alimentação suficiente para os detentos, mas há uma superlotação.

“Prejudica muito o funcionamento da unidade, porque os servidores que estão dedicados às suas atividades regulares, precisam dar atenção. Uma carceragem lotada demanda muita atenção, os presos precisam de remédios, de receber material de higiene. Atenção que desvia os servidores de suas funções”, explicou o delegado.

“A orientação da Vigilância Sanitária é de manter o isolamento, apesar de todas as barreiras sanitárias que estabelecemos aqui na delegacia, a contaminação aconteceu. A recomendação é não ser colocado mais nenhum outro preso lá. Então, a nossa preocupação é onde vamos colocar os presos que eventualmente sejam conduzidos e presos em flagrantes, porque o único espaço que temos aqui é a carceragem”, contou.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) entrou com uma ação pedindo à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) vagas para transferir os presos, mas ainda não teve resposta porque o Governo da Bahia recorreu a ação. A Defensoria Pública também pediu a transferência desses presos para cumprir a prisão de forma domiciliar.

Em nota, a Polícia Civil informou que vem realizando tratativas com a Seap para a transferência dos presos, o mais breve possível. Além disso, a polícia disse que a vigilância epidemiológica do município está fazendo testagens nos outros custodiados e acompanhando os infectados.

G1 entrou em contato com a assessoria da Seap, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. (G1)

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