Entre janeiro e novembro deste ano, a Bahia registrou 17 mortes causadas por complicações da dengue. O número é menor do que o do ano passado, quando 24 óbitos ocorreram até outubro de 2023. Apesar da redução, o cenário preocupa, uma vez que as ondas de calor que atingem cidades baianas desde setembro tendem a aumentar a quantidade de casos e, consequentemente, de mortes.
Mas o que explica o fato de que a maioria dos pacientes tem quadros leves da doença e, para outros, a dengue é fatal? Segundo especialistas, uma série de fatores combinados podem levar à morte pela doença. Entre eles estão: comorbidades, reinfecção e falta de assistência médica. Por isso, pessoas que tiverem sintomas como febre alta, dores intensas no corpo e olhos, manchas no corpo e dor de cabeça devem procurar assistência médica.
“As mortes podem ser decorrentes de doenças pré-existentes, baixa imunidade do indivíduo ou com o tipo de vírus. Além disso, se a pessoa já teve dengue anteriormente, há mais chances de complicação”, explica o virologista Gubio Soares. O especialista alerta que dos quatro tipos diferentes do vírus, o sorotipo 3 costuma ser o mais agressivo. “Mas na Bahia está circulando mais os tipos 1 e 2”, completa.
Além disso, a falta de cuidado médico adequado contribui para o aumento do número de mortes, de acordo com a médica Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas. “Os óbitos estão associados a não procura de assistência médica precoce. A dengue pode ser assintomática ou até levar ao óbito, especialmente em caso de reinfecção, quando a doença costuma ter um potencial de evolução mais grave”, disse durante o webinar Dengue: O Impacto da Doença no Brasil, realizado pela farmacêutica Takeda, na terça-feira (14).
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) foi perguntada sobre os municípios que registram as mortes, as datas dos óbitos e idade das vítimas, mas não houve resposta aos questionamentos enviados pela reportagem.