“Deus não força crença em alguém e nós também não devemos fazê-lo”, diz teólogo

“Deus não força crença em alguém e nós também não devemos fazê-lo. Nossa missão é compartilhar o Evangelho, sempre respeitando as escolhas dos outros”

Gutierres Fernandes Siqueira. Foto: Reprodução

No mundo cristão é comum o relato de casos de intolerância religiosa, preconceito e violência contra os seguidores de Jesus. Porém, segundo o teólogo e autor de cinco livros Gutierres Fernandes Siqueira, essa é uma realidade que também está presente no seio da Igreja.

Isso porque, de acordo com Siqueira, a intolerância pode ocorrer de muitas formas, como através da “supressão da liberdade religiosa por parte do Estado, atos violentos contra indivíduos ou grupos devido à sua crença, ou discriminação no ambiente laboral, escolar e outros aspectos da sociedade.”

O teólogo explicou, por exemplo, que ao tentar convencer alguém acerca da fé em Jesus, o cristão pode acabar fazendo uso da violência moral, como se o convencimento ocorresse por meio da força e capacidades pessoais, e não do Espírito Santo.

“Infelizmente, alguns ditos cristãos tem sido perpetradores de intolerância religiosa”, disse o teólogo, lembrando de casos onde templos ou símbolos das religiões de matrizes africanas foram vandalizados.

Devemos compartilhar

Siqueira explica que a pregação do Evangelho, bem como o seu efeito, é fruto justamente da ação do Espírito Santo por meio do amor ao próximo, de modo que não há espaço para a agressividade do cristão, quer seja física ou moral.

“Deus não força crença em alguém e nós também não devemos fazê-lo. Nossa missão é compartilhar o Evangelho, sempre respeitando as escolhas dos outros”, explica o teólogo, segundo informações da revista Comunhão.

“A fé vem através do ouvir e não pela imposição de autoridades ou violência. Quando impomos nossa fé de forma violenta, deixamos de confiar no verdadeiro Senhor da obra. Além disso, a imposição violenta vai contra o amor ao próximo. Nenhum amor é verdadeiro se força alguém a amá-lo”, ressalta.

Siqueira, por fim, lembrou que além do testemunho bíblico, os cristãos também estão sujeitos ao cumprimento das leis humanas, como a Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que estabelece a liberdade religiosa como uma prerrogativa pessoal.

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