O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) afirmou que nunca discutiu um plano para matar autoridades. “Lá na Presidência havia mais ou menos 3.000 pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso? Discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”, disse o liberal à revista Veja.
Bolsonaro voltou a se posicionar após a Polícia Federal (PF) ter revelado, na última terça-feira (19), sobre um plano elaborado por militares – e com sua suposta anuência – próximos ao seu governo para matar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o seu vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda na entrevista, ele também negou o acusação sobre golpe de Estado. “Eu jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe. Quando falavam comigo, era sempre para usar o estado de sítio, algo constitucional, que dependeria do aval do Congresso”.
O ex-presidente argumentou que não tentou dar um golpe de Estado porque estaria agindo conforme a constituição. A PF apreendeu rascunhos de decretos que o então presidente assinaria para evitar a posse de Lula, através de medidas de exceção, como o estado de defesa ou o estado de sítio. Mesmo com estas medidas previstas na constituição, para executar, Bolsonaro necessitaria do aval do congresso para seguir, mas o ex-presidente afirmou que não tentou aplicar um golpe de Estado.
Na quinta-feira (21), o ex-presidente havia se posicionado e ainda criticou Alexandre de Moraes após ter sido indiciado pela PF. “Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, declarou.