Circula pelas redes sociais uma mensagem acompanhada de um teste em forma de vídeo que propõe ao leitor prender a respiração por cerca de 25 segundos. O texto diz: “Se você conseguir prender a respiração até que o ponto vermelho se mova de A para B, você está livre de Covid-19 no momento. Teste simples e cobiçoso. Teste grátis sem nenhum custo. Ajude a salvar uma vida. Espere até que o ponto vermelho se mova para A antes de começar a prender a respiração”. É #FAKE.
O vídeo tem palavras no idioma hindi e um logo remete ao Ananta Hospital, na Índia. Procurado pelo G1, o hospital afirma que a mensagem é fake. “Isso não foi compartilhado por nós. Tornou-se viral por algum desconhecido.”
A pneumologista Patricia Canto Ribeiro, da Escola Nacional de Saúde Pública, afirma que a mensagem é totalmente falsa. “Esse é um teste de ‘fôlego’, não serve como diagnóstico de Covid. Qualquer pessoa com uma doença respiratória tem dificuldade para prender a respiração. Calculei aqui, parece que são 25 segundos entre A e B. Asmáticos, pacientes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), que tenham pouco preparo físico ou sejam mais idosos podem não conseguir fazer esse teste. Além disso, é preciso considerar os sintomas clínicos para o diagnóstico de Covid. Totalmente fake. É uma loucura esse tipo de coisa”, diz.
O pneumologista Rodolfo Fred Behrsin, professor do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, afirma que não existe qualquer relação com a capacidade de prender a respiração e o diagnóstico de Covid-19. “Imagina pedir para alguém com qualquer doença respiratória crônica para prender a respiração dessa forma? O diagnóstico de certeza continua a ser laboratorial, seja através da sorologia ou pela detecção de partículas de RNA do vírus. Qualquer invenção como a citada é falsa”, afirma.
“Com certeza é fake. O vídeo obriga você a fazer uma apneia (prender a respiração) durante aproximadamente 25 segundos. Muitas pessoas saudáveis não conseguirão ‘passar no teste’. Por outro lado, pessoas com Covid-19 ‘leve’ poderão passar no teste sem dificuldades. Depende muito mais do preparo físico e cardiorrespiratório de cada pessoa”, diz Celso Padovesi, pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Uma pesquisa reversa das imagens revela que o teste circula em outros idiomas e países. (G1)