O número de greves no país em 2023 foi de pouco mais de 1,1 mil, percentual de 6,08% a mais do registrado em 2022. Os dados fazem parte do estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo a Agência Brasil, o levantamento trouxe alguns destaques: a maioria das greves acontece na esfera pública do trabalho; reajuste salarial é a principal reivindicação; na maioria das greves, há algum êxito nas reivindicações, e privatizações não impediram a mobilizações de trabalhadores.
Ainda segundo informações, os dados foram coletadas no Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG-Dieese), que se baseia em notícias veiculadas nos jornais impressos e eletrônicos da grande mídia e da imprensa sindical. Do total de 1.132 greves em 2023, 628 (55,5%) foram na esfera pública, enquanto que 488 foram em empresas.
Quando se analisa a duração das mobilizações, a maioria delas se encerrou no mesmo dia: 637 greves ou 56,3%. Outras 279 greves ou 24,6% delas durou entre dois e cinco dias. Quase 12% delas se estenderam por mais de dez dias. No caso das reivindicações, o estudo apontou que o reajuste salarial é a principal pauta dos trabalhadores (40,3%).
Na sequência, vêm protestos por cumprimento do piso salarial (26,7%), pagamento de salários em atraso (21,7%), condições de trabalho (20,9%), alimentação (18,4%), melhoria dos serviços públicos (17,4%) e Plano de Cargos e Salários (14,7%).
Em relação aos resultados das paralisações, em 67% delas houve algum tipo de êxito nas reivindicações, sejam de forma integral (19,5%) ou parcial (47,5%). Nas demais situações, houve rejeição das reivindicações (21,6%) ou prosseguimento das negociações (31,6%).