Familiares de Fernando Santa Cruz, desaparecido em fevereiro de 1974 após ser preso por órgãos de repressão da ditadura militar e pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, vão à Procuradoria-Geral da República (PGR) representar contra o presidente Jair Bolsonaro.
Nesta segunda-feira (29), ao reclamar sobre a atuação da OAB na investigação do caso Adélio Bispo, autor do atentado à faca do qual foi alvo, Bolsonaro disse que poderia explicar ao presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz, como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar (1964-1985).
“Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele”, declarou.
Irmão de Fernando, o advogado Marcelo Santa Cruz afirmou que o presidente tem a obrigação de informar tudo o que sabe sobre o desaparecimento e apontar, inclusive, onde estão as ossadas.
“É uma resposta que buscamos há 45 anos. Minha mãe passou a vida procurando o filho e terminou morrendo neste ano sem saber o que ocorreu. É mais um sofrimento que o presidente impõe à família”, afirmou Marcelo.
Após as falas, Bolsonaro tentou amenizar a declaração e disse que a esquerda matou Fernando. Presidente da OAB, Felipe chamou o presidente de cruel. (Metro 1)