O primeiro debate televisionado com a presença dos dois candidatos a prefeito de Feira de Santana no segundo turno, Colbert Martins Filho (MDB) e Zé Neto (PT), foi permeado de acusações de “fake news” entre os postulantes e prestação de contas das realizações dos grupos políticos que são ligados na cidade. O encontro foi transmitido ao vivo na noite desta sexta-feira (27) pela TV Subaé.
Logo no primeiro bloco, em que os temas foram livres, polêmicas como a de que o município estaria aplicando asfalto de má qualidade para asfaltar as ruas e a de que o petista estaria envolvido em um esquema de “rachadinhas” foram levadas para o debate e dementidas por ambos os prefeituráveis.
Temas como o saneamento básico, obras de esgotamento inacabadas na região da Lagoa Grande, buracos causados por intervenções da Embasa, problemas com a marcação de exames e a regulação, e a falta de acessibilidade nas ruas de Feira de Santana também foram trazidas à tona, mas uma temática em específico chamou a atenção no debate: o transporte público.
Quando perguntado sobre o futuro dos dois corredores de BRT em implementação na cidade, Colbert fez questão de relembrar uma das promessas de Zé Neto nas eleições municipais de 2012, o “Expresso Tri-via”, obra em que ônibus articulados, bicicletas e pessoas transitariam em uma via elevada que cortaria a cidade de Norte a Sul.
Segundo Colbert, o BRT Feira está em fase inicial de testes e o parlamentar petista atrapalhou a execução do modal. “Temos 8 onibus de BRT aí. Vamos interligar tanto o setor Sul quanto o Norte. Esse é o sistema inicial que vai funcionar, e funcionará muito bem”, defendeu.
Rebatendo a afirmação do emedebista, Neto disse que “o BRT não funciona”. “Já consumiu praticamente todo o recurso e precisamos de um transporte de qualidade na cidade”, pontuou, lembrando que a promessa de ligar o bairro do Tomba a UEFS em 18 minutos não foi cumprida com a construção do sistema de transporte.
Ainda no primeiro bloco, uma afirmação de Zé Neto foi problematizada. Ao criticar o apadrinhamento do ex-prefeito José Ronaldo (DEM) a Colbert, utilizou o termo “muletas” para se referir ao apoio político em tom de dependência. O atual prefeito disse ter visto a fala como desrespeitosa em relação às pessoas com limitações físicas.
No segundo turno, em que as perguntas foram direcionadas a partir de temas-chave. A melhoria do ensino municipal e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi o primeiro assunto. Escolhido pelo sorteio para fazer a pergunta, Neto aproveitou a oportunidade para acusar o mandatário de ser um “inimigo dos professores” e de ter demitido estagiários.
Em resposta, Martins comparou o índice feirense ao baiano, que segundo ele demonstra semelhança. Prometeu a aplicação de um sistema de avaliação de professores meritocrático, aulas online no pós-pandemia e uma rede de educação parecido ao de Sobral, no Ceará.
As outras perguntas que se seguiram durante o bloco focaram na atuação de ambos perante a pandemia da Covid-19, o combate ao transporte clandestino na cidade e os buracos causados pelas obras da Embasa. No quesito combate ao transporte clandestino os dois candidatos protagonizaram uma troca de acusações: Neto disse que a gestão do emedebista é culpada pela atuação dos clandestinos por conta do transporte público precário oferecido. Colbert por sua vez provocou o deputado afirmando que ele teria envolvimento com pessoas e cooperativas que rodam clandestinamente em Feira de Santana.
Fechando os trabalhos do dia, o terceiro bloco serviu de espaço para que ambos os postulantes ao Paço Municipal Maria Quitéria falassem sobre suas propostas. Novamente no formato de temas livres, os dois evocaram realizações dos grupos políticos aos quais são ligados e fundamentaram suas respostas no que querem cumprir.
Colbert disse que está ampliando ruas e criando vetores de crescimento, relembrou a sua autoria do projeto de implantação da Região Metropolitana de Feira de Santana – nunca regulamentada – e argumentou que tem feito ações importantes também na Zona Rural.
Zé Neto falou sobre o legado de programas habitacionais tocados por governos petistas, sua atuação junto a obras de impacto como as avenidas Nóide Cerqueira e Ayrton Senna e prometeu, dentre outras coisas, a revisão e execução do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).
O candidato do PT pregou a máxima de que uma eventual eleição sua significaria uma vitória “do amor sobre o ódio” e se colocou como uma mudança. Já o candidato emedebista agradeceu a familiares e dedicou a sua campanha ao seu pai, o ex-prefeito Colbert Martins da Silva.
por Bruno Leite, de Feira de Santana – Bahia Notícias