Filha de suspeito de matar Marielle namorou filho de Bolsonaro, diz delegado

Foto: Tomaz Silva/Ag. Brasil
Foto: Tomaz Silva/Ag. Brasil

A filha de Ronnie Lessa, preso nesta terça-feira (12/3), como suspeito de matar a vereadora do Psol Mariell Franco, teria namorado um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. A afirmação foi feita pelo delegado responsável pela investigação do assassinato da vereadora, Giniton Lages. “Isso tem [namoro entre os dois], mas isso, para nós, hoje, não importou na motivação delitiva. Isso vai ser enfrentado num momento oportuno. Não é importante para esse momento”, disse Lages, em coletiva de imprensa nesta terça. Outra informação dita na ocasião foi a de que Lessa mora no mesmo condomínio de Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos Bolsonaro, na Barra da Tijuca. Os outros filhos do presidente da República são o senador Flávio e o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Além desses, ele tem um filho do segundo casamento chamado Jair Renan, de 20 anos. Na coletiva, que contou com a presença do governador Wilson Witzel, Lages afirmou, ainda, que haverá uma segunda fase da investigação, para sanar as dúvidas que restam em relação ao assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes, principalmente sobre quem foi o mandante do crime. Além de Lessa, foi preso o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz.

ÓDIO

Também nesta nova etapa etapa será investigada ainda a motivação do atirador, uma vez que os policiais identificaram que Ronnie Lessa, policial militar reformado detido hoje, nutria ódio contra pessoas de esquerda e havia pesquisado informações de Marielle e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), entre outros.“O perfil dele [Ronnie Lessa] revela uma obsessão por determinadas personalidades que militam à esquerda política”, disse Lages. “Você percebe ódio e desejo de morte. Você percebe o comportamento de alguém capaz de resolver uma diferença do modo como foi o caso Marielle.” Segundo o titular da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, as apurações não se encerram nas prisões do sargento reformado Ronnie Lessa e do ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, realizadas nas primeiras horas desta terça-feira. “O caso ainda está em aberto. Estamos entregando a primeira fase, e a segunda ainda está em andamento”, disse o delegado, que lembrou que hoje foram cumpridos também 34 mandados de busca e apreensão referentes ao caso.

INDICIAMENTOS

O delegado informou que Lessa e Vieira foram indiciados com os agravantes de impossibilitar a defesa da vítima, emboscada e motivo torpe. “O crime de ódio, segundo doutrina, encaixa no motivo torpe”.Lages também defendeu o sigilo das investigações como imprescindível e disse que o modo como o crime foi executado levou a concentração por parte dos policiais nos preparativos para o assassinato e na fuga. (Aratu)

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