A demora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em nomear o cardiologista Marcelo Queiroga para o Ministério da Saúde se deve à alocação do ainda ministro Eduardo Pazuello. O governo quer garantir um cargo com foro privilegiado para o general da ativa para evitar que o inquérito a que ele responde no Supremo Tribunal Federal (STF) seja remetido à primeira instância.
Pazuello é investigado por sua condução no combate à pandemia. Além disso, a imagem dele está desgastada com outros militares da ativa, que veem sua atuação na pasta como um desastre para a imagem do Exército.
Com isso, segundo o Blog da Andréia Sadi, no G1, o Planalto discute uma saída que garanta foro a Pazuello. Uma das ideias cogitadas é elevar a Secretaria de Assuntos Estratégicos ao status de ministério. Mas atualmente a vaga está ocupada pelo Almirante Rocha, que resiste ao plano.
Outra possibilidade considerada é a criação do ministério extraordinário da Amazônia, que retiraria poderes do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), atual comandante do Conselho Nacional da Amazônia.
Enquanto a situação segue indefinida, o país fica com “dois ministros” – um de fato e outro indicado, o que tem gerado críticas por parte de secretários de saúde estaduais. À coluna Painel, da Folha de S. Paulo, por exemplo, secretários disseram que enquanto o comando não for definido, o ministério estará sem “absolutamente ninguém”.
Além disso, Queiroga também tem incomodado membros do governo. De acordo com o blog do G1, um auxiliar próximo do presidente disse que o médico tem “falado muito e mostrado pouco”. (Bahia Notícias)