Uma idosa, que teve seus dados pessoais preservados, é a 12ª pessoa a acusar de agressão a empresária Melina Esteve França, que manteve uma babá em cárcere privado no seu apartamento, no Imbuí. De acordo com o advogado Bruno Oliveira, que representa nove vítimas, a mulher de idade avançada recebeu socos e mordidas da ex-patroa. As informações são do jornal Correio.
“Quando a situação de Raiana veio à tona, depois da queda, ela, como as demais, me abordou quando deixava a 9ª DP dizendo que também foi agredida por Melina. Ela afirma de que ela recebeu diversas mordidas no couro cabeludo, por uma questão de maldade, simplesmente”, disse o advogado.
As agressões à 12ª vítima foram registradas em julho deste ano na Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deat). Agora são três unidades policiais que investigam a conduta da ex-patroa – além da Deat, foram registradas ocorrências na 9ª Delegacia (Boca do Rio) e na 12ª Delegacia (Itapuã). A idosa será ouvida às 9h30 da próxima terça-feira (7).
“A vítima é uma senhora idosa que fazia tudo o que ela queria, nunca divergia, ainda assim nada justificaria atitudes brutais, principalmente contra uma pessoa que é de vulnerabilidade. Nada justifica”, criticou Bruno Oliveira.
Ainda de acordo com o advogado, a idosa permaneceu trabalhando para a empresária por quase dois anos, sendo espancada e mantida em cárcere privado.
“Os relatos dela são muito fortes. Era raridade ela sair do apartamento. Disse que Melina a ameaçava, dizendo que faria algo com a ela e com os seus familiares, inclusive o neto, caso fugisse. Ela passou todo esse sofrimento na casa de Melina em Piatã e no Imbuí”, relatou Oliveira.
A idosa, que recebia oficialmente um valor equivalente a R$ 500, ficava com apenas R$ 100, sob ameaças da patroa. Ela só teria conseguido escapar do cárcere privado porque contou com a ajuda de uma terceira pessoa para fugir do apartamento.
“Uma pessoa que estava no imóvel presenciou o momento em que a acusada deu gratuitamente um soco no rosto da idosa. Essa pessoa ficou tão revoltada, que logo em seguida, resgatou a babá e fui junto com ela à Deat para registrar a ocorrência. No dia, foi expedido uma guia de lesões corporais e agora a delegacia aguarda o resultado do exame para dar continuidade à investigação”, continuou o advogado.
Na manhã desta sexta-feira (3), o advogado solicitou um acompanhamento mais direto do Ministério Público da Bahia (MP-BA) acerca dos casos, alegando que os casos relatados pelas 12 mulheres são graves. (Bahia Notícias)