Iza diz que ‘pânico’ após cirurgia levou a ‘vida de atleta’: pesos, esteira e cantando ‘Pesadão’

Iza mostra rotina de exercícios em casa — Foto: Reprodução / Instagram

Ao som de “Twist of fate”, de Olivia Newton-John, Iza faz agachamentos e gracinhas para a câmera. Vídeos assim nas redes sociais dela parecem brincadeira, mas a cantora de “Pesadão” pegou pesado mesmo para chegar bem aos dois principais festivais do Brasil em 2019.

Em agosto 2018, ela rompeu ligamentos no joelho, mas só poderia operar no começo de 2019. A recuperação física teria que ser rápida e efetiva para encarar os holofotes do Lollapalooza, em abril, e agora do Rock in Rio, no dia 29 de setembro.

“Já contraiu os glúteo tudo hoje, bunyta?! Bate aqui quem também queria ser de 1980!”, ela diz em um dos posts mostrando a rotina.

G1 foi perguntar sobre os exercícios que ela mostra com bom humor e descobriu que o trabalho foi sério – e segue assim. “Eu estava em pânico no Lollapalooza. As pessoas não sabiam que eu estava recém-religada”, ela conta.

G1 – Antes do Lollapalooza 2019 você divulgou sua rotina de exercícios e isso repercutiu. Como é sua preparação para um show assim?

Iza – As pessoas acham que é só subir no palco e “lalalalá”. Minha vida é sempre uma correria. E isso faz sua imunidade baixar, sua voz não voltar. Só de dormir pouco, virar uma noite, está rouco no dia seguinte.

Eu entendi que precisava ter uma vida de atleta, porque é isso que sou. Qualquer cantor hoje em dia é. A gente fica de um lado para o outro o tempo inteiro, dorme pouco.

Para quem canta música animada e fica num palco dançando é complicado. Mudei muito minha alimentação. Cortei açúcar. Desde a época em que eu rompi meu ligamento e operei, que foi em janeiro.

Eu me mudei completamente para poder receber essa cirurgia. Desde então não mudei minha cabeça. Descobri que adoro malhar. Faço muito treino com peso e outras coisas em casa ou no hotel.

G1 – O Lollapalooza então foi nessa fase da recuperação?

Iza – Sim, eu operei em janeiro, estava em pânico no Lollapalooza. As pessoas não sabiam que eu estava recém-religada. E aí precisei malhar.

Como eu rompi meu ligamento em agosto do ano passado, e eu só poderia operar em janeiro… A opção era parar as coisas e operar antes, que eu não poderia, ou malhar que nem uma doida para fortalecer minha musculatura e eu poder continuar fazendo show. E foi o que aconteceu.

Tenho uma alimentação regrada. Até como pizza, hambúrguer, essas coisas. Mas se eu não estiver com alguém, não estiver muito ansiosa, eu fico me analisando: preciso comer isso agora? É o cuidado que tenho.

G1 – Como é a rotina diária?

Iza – Eu faço 100 agachamentos e 100 abdominais todo dia. Mas isso é rápido. Parece muita coisa, mas depois que você pega, é rápido. Consigo me manter mesmo sem academia. Mas gosto muito de andar de bicicleta e fazer a musculação, pegar peso, essas coisas.

Minha respiração muda, minha performance no palco muda. Fico mais forte. Dá tempo de sorrir e cantar. É importante isso. A gente faz show em situações em condições diversas. Frio, calor, chuva, granizo. Tem que estar preparado, forte.

G1 – É curiosa essa ideia de artista como atleta.

Iza – Mas é, atleta da voz. Isso aqui é um músculo [aponta para a garganta]. Eu canto correndo na esteira. Eu faço toda uma preparação com a minha fono e minha personal, que é a Lana [Pessoa], que é muito específica para a voz.

G1 – E qual é o set list na esteira?

Iza – Nada muito difícil, são músicas que eu já canto mesmo. Como “Pesadão”, porque é mais para exercitar. Eu fico ali correndo na esteira e cantando. Claro que na hora da esteira é péssimo. Mas como eu não corro na esteira durante o show, aprendo a ter um controle melhor no palco.

G1 – Como são os 15 minutos antes de você subir no palco?

Iza – Geralmente reúne todo mundo, a gente reza e tem o nosso aquecimento. Depois dou uma leve aquecida na minha voz e fico quieta até entrar no palco. As pessoas vêm me ajeitar e eu fico paradinha, quieta, olhando pra frente, tentando entrar no personagem do show.

Acho que é silêncio que eu preciso. Eu não gosto de ninguém encostando em mim na hora. Isso é TOC. Não sei por que. Fico agoniada.

Por Rodrigo Ortega – G1

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