Manno Góes: “Artista não tem obrigação, mas tem responsabilidade”

PODZÉ/Reprodução

O músico Manno Góes disse, em entrevista ao PodZé na noite desta segunda-feira (25), que a classe artística deve sim se posicionar sobre determinados temas políticos. “Eu acho que artista não tem obrigação de nada, mas tem responsabilidades que vêm junto do sucesso. Até porque, a fama e o sucesso vem de um contato público que admira e se espelha naquele artista”, declarou o ex-Jammil.

“Tem algumas pautas que não são necessariamente políticas, mas que a arte tem o dever cívico de colocar em discussão. Mas eu acho que os artistas têm sim responsabilidade social, porque senão a gente fica só naquela fatia do oba-oba que é muito cômodo”, afirmou.

Ainda no podcast, Manno defendeu Ivete Sangalo – que é frequentemente cobrada por não emitir opiniões políticas. “Ela se posiciona muito, as vezes cobram mais de Ivete. Acho que Ivete é uma artista como vários artistas baianos que tem uma postura carlista, eu acho, apesar dela nunca dizer que sim, ela é evidentemente um retrato do carlismo e ele prefere não publicitar isso e transmitir isso através das ações que ela tem, que é sempre uma coisa meio ali de mãos dadas com o carlismo, que o direito dela, é democrático. Mas Ivete se posiciona contra a violência aos gays”, disse.

Ele também confessou que rompeu todos os laços de amizade com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Durante a conversa, o artista também confirmou ser eleitor histórico de Lula (PT). “Não consigo conviver com bolsonaristas, mas podemos tratar de pontos específicos, como discussão sobre direitos autorais, que já tive com deputados bolsonaristas. Me afastei de todos meus amigos bolsonaristas”, completou.

Mais polêmicas
O músico confidenciou que a banda Alavontê chegou ao fim em 2018 após conflitos com o então prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), por direitos autorais. O artista é diretor da União Brasileira de Compositores (UBC). “Na época fiquei com muita raiva, um sentimento ruim, que faz mal também a quem sente”, admitiu.

Manno avalia que um dos motivos para o Axé ter enfraquecido na Bahia é o gênero musical ter sido colocado acima do Carnaval. “Se perdeu no tempo por se confundir com o Carnaval. O maior equipamento que Salvador tem é a cidade. O Axé achou que fosse maior do que o Carnaval”, avaliou. (BNews)

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