Cotada para disputar o Senado pelo Rio Grande do Sul, Manuela d’Ávila (PC do B-RS) afirmou que decidiu não concorrer nas eleições de outubro por conta de ameaças e da desunião da esquerda em seu estado.
“A primeira razão para a minha decisão de não concorrer é a de que não conseguimos construir no estado uma unidade razoável no campo progressista, com três forças disputando [Edegar Pretto, do PT, Beto Albuquerque, do PSB, e Pedro Ruas, do PSOL]”, disse ela à Folha de S. Paulo.
“A unidade é importante para garantir competitividade e a derrota dessas forças que tornam minha vida inviável pessoal e politicamente. Além disso, diante da violência, a unidade é capaz de proteger a vítima. Disputar sem essa coesão nos torna mais vulneráveis”, explicou Manuela, que relata a escalada das ameaças sofridas por ela e a família há pelo menos sete anos e impacta nas escolhas do dia a dia “desde ir ao supermercado” até sua exposição política.
Candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad (PT) em 2018, contra Jair Bolsonaro (PL), a ex-deputada conta que os ataques que não há precedentes para os ataques sofridos nos últimos anos.
“Sempre fui de esquerda e sempre existiram os conservadores, mas isso não tinha escala. Hoje são ameaças que envolvem estímulo à violência, a partir dos discursos de ódio. Não é uma lógica de enfrentamento às ideias, mas de extermínio de quem pensa diferente”, afirmou Manuela, contando que a primeira ameaça sofrida ocorreu em 2005, recém-eleita vereadora de Porto Alegre. Segundo ela, na época a Câmara dos Vereadores saiu em sua defesa.
Atualmente ela vê um ambiente político diferente. “Agora, por exemplo, os membros da bancada negra em Porto Alegre são atacados dia sim e dia também, e isso não altera a rotina do parlamento”, relatou. “Por outro lado, nós nunca tivemos um movimento de mulheres tão atento e tão capaz de proteger a nós mesmas, que somos os alvos preferenciais”, ponderou. (Bahia.Ba)
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