Margareth Menezes visita Palácio do Planalto e ressalta que prejuízos extrapolam financeiro

“Esse é um tesouro do povo brasileiro que precisa ser respeitado a sua integridade”, disse

Foto: Claudio Kbene

A ministra da Cultura Margareth Menezes e a primeira-dama Janja Lula da Silva (PT) visitaram o Palácio do Planalto tomar conhecimento sobre o tamaho dos danos causados por bolsonaristas radicais ao acervo artístico, após a ação antidemocrática nas sedes dos Três Poderes.

“Nós fizemos uma rápida visita pelo Palácio, nos lugares onde foram violentadas as obras de arte e o nosso Palácio. Nós fomos acompanhadas pelo curador de artes do Palácio, o Rogério Carvalho — ele nos falou das peças. Realmente, bastante danificadas”, informou a ministra, em coletiva de imprensa.

Técnicos estão trabalhando para dimensionar os custos de recuperação das obras após as visitas realizadas na terça-feira (10). Os danos se estendem também às sedes dos outros dois Poderes: os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A ministra ressaltou que os prejuízos extrapolam o financeiro. “Esse é um tesouro artístico, um tesouro do povo brasileiro, isso é pertencimento da nação-Estado e que precisa ser respeitada a sua integridade. Então, foi uma violência muito desrespeitosa e profunda”, disse.

Pintado por um dos artistas brasileiros mais influentes do movimento modernista, um dos quadros do acervo é valioso no mercado da arte. “A avaliação sobre o quadro do Di Cavalcanti ainda está sendo feita, inclusive, o valor real [da obra] que está variando entre R$ 20 milhões e R$ 10 milhões. É algo muito sensível e delicado”, afirmou Margareth.

Durante coletiva de imprensa, a ministra anunciou que seriado um memorial em homenagem ao grande acervo artístico sob a guarda dos Três Poderes — também como forma de educar sobre o valor da arte. A previsão é que ainda nesta semana seja entregue o relatório técnico sobre a estimativa de prejuízos e cálculos para a restauração.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) será responsável pela produção deste relatório. O órgão contará com o apoio do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), da Presidência da República, da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, do Ministério da Cultura e do Congresso Nacional. (bahia.ba)

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