Quase 18 mil vacas morreram em uma grande explosão no Texas, nos EUA, na noite de segunda-feira (11). O gado leiteiro de uma fazenda foi praticamente dizimado depois da detonação, que gerou um grande incêndio e atingiu os bichos que se alimentavam em um pasto na proximidade. Além dos animais, um trabalhador também ficou ferido e está internado.
Segundo o portal australiano News, as autoridades locais definiram a tragédia como “o incêndio de celeiro mais mortal para o gado na história do Texas”, e afirmaram que as investigações irão levar um tempo.
Não se sabe ao certo o que causou a explosão, mas o xerife do condado, Sal Rivera, compartilhou sua teoria do momento. Ele disse que um dos maquinários utilizados para remover o estrume dos celeiros poderia estar superaquecido, e que o gás metano, que é inflamável e está muito presente nos gases das vacas, pode ter entrado em combustão.
O metano é um dos principais poluentes da atmosfera, sendo até pior que o C02. Um relatório do Observatório do Clima, publicado em 2021, concluiu que a agropecuária é o principal setor responsável pela emissão desse gás de efeito estufa, por conta dos “puns e arrotos” dos animais.
O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do mundo, e 65% das emissões de metano no país são produzidas por ele. Porém, esse número já alarmante se se soma aos de grandes empresas brasileiras, que conseguem produzir mais gás sozinhas do que países inteiros, segundo o Institute for Agriculture and Trade Policy (IATP) e a Changing Markets Foundation.
Muitas das empresas poluentes trabalham no setor alimentício, como a JBS, gigante no setor das carnes, que possui um extenso setor pecuário. Segundo a Unep, o último censo de 2021 concluiu que o metano é responsável por 1 milhão de mortes prematuras por ano, e que o aquecimento global se torna cada vez mais irreversível graças a ele. Para remediar a situação não é necessário se livrar de todas as vacas ou outras medidas mais drásticas, porém a ONU está tentando tornar a agricultura e a produção de alimentos mais favoráveis ao meio ambiente, e a meta é que a emissão de metano seja reduzida em ao menos 45% nos próximos anos, com as empresas investindo em alternativas mais sustentáveis. (R7)