Mesmo com passagens caras, brasileiro viaja mais e turismo prevê recorde nesta temporada

Brasileiro está viajando mais, mesmo com as passagens aéreas com preços altos

Reprodução // Fernando Frazão // Agência Brasil

Mesmo com as passagens aéreas com preços altos, o brasileiro está viajando cada vez mais. Segundo especialistas, quem está com o orçamento mais apertado faz viagens mais curtas e próximas, mas não deixa de viajar. Porém, quem tá com um dinheirinho a mais tende a escolher destinos nacionais em resorts ou viagens internacionais.

Diante dessa movimentação, o turismo deve faturar R$ 155,87 bilhões na alta temporada. Esta é a maior movimentação financeira do setor desde 2012, quando a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) começou a ser feita. O valor se refere aos meses de novembro de 2023 a fevereiro de 2024.

A melhora na economia e o aumento no número de passageiros são os responsáveis pelos dados positivos. Fabio Bentes, economista da CNC, afirma que existe uma demanda reprimida por viagens que vem da pandemia, já que o turismo foi um dos setores mais prejudicados, e que um cenário de economia mais estável favorece o crescimento do setor.

Passagens aéreas caras

“O preço das passagens aéreas ainda é um desafio para o setor. De acordo com o IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, o preço das passagens subiu 19,12% apenas em novembro. Já no acumulado em 12 meses, a alta foi de 36,45% nas passagens. Os consumidores têm buscado alternativas para viajar sem depender do avião, como o transporte particular ou ônibus”, afirmou.

“A alternativa às passagens é o transporte rodoviário, linha de ônibus, e transporte particular, que têm crescido. Isso tem suprido a dificuldade do consumidor de lidar com o preço alto da passagem aérea”, destacou Fábio Bentes, economista sênior da CNC.

André Coelho, coordenador de projetos da FGV (Fundação Getulio Vargas), afirma ao Uol que as famílias deixaram de gastar com turismo na pandemia, mas voltaram aos poucos a viajar.

“Se a pessoa não tem um recurso muito maior, ela faz uma viagem curta, de final de semana. Se ela melhorou o recurso dela, a economia se estabiliza um pouco ou ela consegue um emprego melhor, faz uma viagem mais longa. O turismo sempre, de alguma forma, é parte da cesta de consumo das pessoas”, pontuou.

Quem está viajando

Pessoas de todas as classes sociais estão viajando. O que muda é o perfil da viagem de cada um, de acordo com os especialistas. Quem está com o orçamento mais apertado opta por viagens mais curtas e próximas de onde mora, para não depender de avião. As famílias mais ricas viajam para resorts no Brasil ou para o exterior.

(BNews)

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