O Ministério da Saúde planeja mudar o status da pandemia de Covid-19 no Brasil para endemia, apesar dos altos números de casos e mortes nos últimos dois meses. A expectativa é que um posicionamento quanto ao tema seja definido nas próximas semanas, após o feriado de carnaval.
A mudança do status da pandemia do coronavírus para endemia já começou a acontecer em alguns países europeus e o Reino Unidos anunciou o fim da maioria das medidas restritivas, como obrigatoriedade de apresentação de teste negativo de Covid-19 para entrada no país e a exigência do uso de máscaras de proteção facial em locais abertos.
No Brasil, o Ministério da Saúde propõe o debate sobre o tema e irá ouvir conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems). Além disso, o órgão contará com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
“A gente está trabalhando sim. A gente vai juntar secretários, Conass, Conasems. A Opas está ajudando. Nas próximas três ou quatro semanas, a gente vai ter alguma coisa pra definir se já podemos ou não. [Será observada] até a própria pandemia, a própria queda de casos. Essa outra subvariante, a gente está observando”, explicou a secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo ao portal Metrópoles.
De acordo com a secretária, a medida deve acontecer no Brasil um tempo depois dos países europeus.
Com a vacinação em massa, o Brasil viveu meses de tranquilidade em 2021, mas os casos voltaram a aumentar por causa da variante Ômicron. No entanto, o pico de casos foi rápido e uma nova queda é registrada em todo o país. A expectativa é que a doença passe a ser marcada por pequenos surtos, assim como acontece com os de Influenza.
“A partir do momento em que há uma baixa circulação do vírus, ele vai se transformar, como o da influenza. Vai ter surtos em alguns lugares, em alguns lugares vou ter que tomar todas as medidas [preventivas]. Em alguns lugares, a circulação vai estar baixa, então posso tirar as medidas não farmacológicas. A gente vai ter que estar sempre alerta. Ainda vamos ficar um bom tempo, uns dois anos, no mínimo, sempre naquela questão da alerta. Desmobiliza, mobiliza de novo”, esclareceu.