No dia de celebração dos 13 anos da Lei Maria da Penha, na quarta-feira (7), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, resolveu opinar sobre a suposta causa da violência contra a mulher. Ele compartilhou uma foto do evento de anúncio de um pacto para políticas públicas de proteção às mulheres.
Sem citar nenhum dado que embasasse a proposição, o ex-juiz federal afirmou, no Twitter, que “talvez” os homens agridam as mulheres por conta do “crescente papel da mulher em nossa sociedade”.
“Talvez nós, homens, nos sintamos intimidados pelo crescente papel da mulher em nossa sociedade. Por conta disso, parte de nós recorre, infelizmente, à violência física ou moral para afirmar uma pretensa superioridade que não mais existe”, escreveu.
“O mundo mudou. Temos muito a aprender. Diz isso não o Ministro, mas o filho, marido e pai de mulheres fortes”, completou o ministro. A fala gerou críticas de diversos usuários da rede social. A professora da Faculdade de Direito da UNB Débora Diniz avalia que é um desejo da mulher contemporânea conquistar espaços com equidade, sem que isso seja entendido como uma “intimidação”.
“Ministro Moro, não queremos posar no centro de uma foto, queremos estar em horizontalidade de igualdade. Queremos andar de ônibus sem importunação, queremos não morrer de feminicido, queremos estar em espaços de poder sem ouvir que intimidamos seus camaradas”, alertou a professora da Faculdade de Direito da UNB, Débora Diniz.
Outro usuário alertou que a violência contra a mulher não é um fenômeno recente e que, historicamente, precede as lutas e conquistas do feminismo pela igualdade.
“Vc acha q a violência contra a mulher surgiu na década de 60 junto com feminismo e é uma resposta às conquistas por igualdade?! Violência contra mulher existe desde sempre e era inclusive permitida (lei do século passado e permitia violência do marido desde q n quebrasse ossos)”, publicou o escritor e roteirista Pedro HMC.
(Metro1)