Pat Robertson, o pastor evangélico que se tornou o líder de um movimento conservador que inseriu a religião na política dos Estados Unidos, morreu nesta quinta-feira (8) aos 93 anos, em sua casa no estado da Virgínia. O falecimento foi revelado pelo Christian Broadcast Network (CBN), rede de canais criada pelo reverendo evangélico.
Um advogado formado em Yale, Robertson era um operador de Wall Street nos anos 1950 que se converteu ao pentecostalismo após uma palestra. A união entre negócios e religião se provou frutífera a ele, que se tornou dono de universidades e da CBN, canal que produz um dos mais influentes programas evangélicos da história, o Clube 700.
Foi nos anos 1980, no entanto, que seu ativismo chegou a política. Após uma tentativa malsucedida de concorrer à presidência da República em 1988, ele ganhou os ouvidos não só do vencedor, George H. Bush, como também do partido Republicano. Considerado um dos pais da “guerra cultural” nos Estados Unidos, Robertson defendeu até o fim da vida pautas como a proibição da pornografia e o direito de Israel sobre a cidade de Jerusalém, além de ter acusado o movimento LGBT de ter permitido os ataques de 11 de setembro de 2001.
Sua ação, misturando programas evangélicos com a pregação política, se tornou um modelo copiado em outros países, e serviu de inspiração a movimento semelhante no Brasil. Em 2019, Robertson se encontrou com o então presidente Jair Bolsonaro em Washington, e disse esperar que “os países se tornassem cada vez mais próximos”.