MP-SC abre investigação sobre prefeita bolsonarista que jogou livros infantis no lixo

Juliana Maciel (PL) chamou os exemplares de “porcarias” e afirmou que o governo federal os enviou para “induzir crianças e adolescentes a coisas que a família não quer que ele aprenda”.

Foto: Reprodução Instagram

O Ministério Público de Santa Catarina abre investigação para apurar o descarte irregular de livros infantis pela prefeita de Canoinhas (SC), Juliana Maciel (PL). Nesta semana, a bolsonarista divulgou em suas redes vídeo em que se refere aos exemplares como “porcarias” e os joga em uma lata de lixo. A apuração foi instaurada pela 1ª Promotoria de Justiça da cidade.

No vídeo, a prefeita diz que os exemplares teriam sido doados pelo governo federal na intenção de “induzir crianças e adolescentes a coisas que a família não quer que ele aprenda”.

— Mais uma vez, o governo do PT faz esse tipo de coisa. Bota na cabeça do adolescente, da criança, induz, coisas que não são dos valores que a gente acredita.

Juliana fez um “alerta” a outros municípios que aderiram ao Projeto Mundoteca, a partir do qual o município teve acesso ao material didático, e pede que façam “um pente fino nos livros para ver se não estão sendo enganados”. Ao criticar a iniciativa, ela citou ainda a Lei Rouanet, alvo constante de ataques por parte dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Por meio de nota, a prefeitura de Canoinhas afirmou que retirou os livros da Mundoteca, que foi “idealizada pelo Ministério da Cultura e Governo Federal por meio da FGM Produções e Girassol Incentiva”.

Já o governo federal afirma que a iniciativa é coordenada pela iniciativa privada. Em nota, o Ministério da Cultura afirma que a unidade de Marcílio Dias, em Canoinhas (SC), não tem vínculo com o Executivo federal e que o Projeto Mundoteca, inaugurado em novembro de 2022, tem o espaço e o material gerenciados pelo município desde 2023.

Fonte: O Globo

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