Após ser alvo de operação da Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (3/5), o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) reafirmou que não tomou a vacina contra a Covid-19 e negou ter falsificado dados. “Não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina. Li a bula e não tomei. Minha filha de 12 anos não tomou. A Michelle [Bolsonaro] tomou nos EUA”, disse em frente à casa onde mora, em Brasília.
A residência de Bolsonaro passou por busca e apreensão no âmbito da Operação Venire. Segundo a Polícia Federal, uma associação criminosa é acusada de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid nos sistemas do Ministério da Saúde. Após a busca, a PF intimou Bolsonaro a prestar depoimento na sede da corporação em Brasília. No entanto, o ex-presidente afirmou que não comparecerá.
Como não existe mais a figura da condução coercitiva, Bolsonaro pode se recusar a prestar esclarecimentos. Nesse caso, a PF, se achar necessário, pode intimá-lo novamente.
Bolsonaro pontuou que a busca e apreensão na sua casa teve como alvo os cartões de vacina dele e da esposa. Segundo o ex-presidente, foram tiradas fotos do cartão de Michelle Bolsonaro. Ele confirmou que seu celular foi levado pelos investigadores, mas disse não temer o resultado das investigações, pois não tomou vacina e não há irregularidades ou informações que precisem ser escondidas.
O ex-presidente disse ainda que a operação foi deflagrada para “criar fato” contra ele.
“Eu realmente fico surpreso com uma busca e apreensão nesse sentido. Em momento nenhum falei que tomei a vacina. Todo mundo é cidadão igual, mas fazer busca e apreensão na casa de um ex-presidente eu fico… hoje em dia, no Brasil, tudo é possível”, pontuou.
O ex-mandatário ainda afirmou que nunca foi cobrado dele cartão de vacinação para entrar nos Estados Unidos. “Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final. Havia gente que me pressionava para tomar a vacina, normal, mas li a bula da Pfizer e não tomei”, ressaltou.
O advogado de Bolsonaro, Marcelo Bessa, afirmou considerar a operação arbitrária.
Ao todo, a PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Os policiais também farão análise do material apreendido durante as buscas e colherão depoimentos de pessoas que detenham informações a respeito dos fatos. (Metrópole)