Em frente à sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, onde Lula está preso, o advogado Cristiano Zanin leu uma carta escrita pelo ex-presidente na tarde desta segunda-feira. “Não troco minha dignidade pela minha liberdade”, diz Lula na carta, em uma manifestação ao pedido dos procuradores da Operação Lava Jato para que o ex-presidente fosse para o regime semiaberto ou prisão domiciliar. A petição encaminhada à juíza Carolina Lebbos foi assinada por 15 procuradores, inclusive o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol.
“Tudo que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pelo mal que fizeram à democracia, à justiça e ao país”, escreveu o ex-presidente.
Lula disse que não aceitará “barganhar meus direitos e minha liberdade”. Afirmou que as acusações são falsas. “Diante das arbitrariedades cometidas pelos Procuradores e por Sérgio Moro, cabe agora à suprema Corte corrigir o que esta errado, para que haja Justiça independente e imparcial. Como é devida a todo cidadão”. Ele encerrou a carta dizendo que não descansará enquanto a “verdade e a justiça não voltarem a prevalecer”.
Segundo o advogado Cristiano Zanin, o teor da carta é uma orientação do ex-presidente sobre a sua posição diante do requerimento de progressão de regime. “O ex-presidente Lula não reconhece a legitimidade do processo e da condenação que foi imposta a ele pelo ex-juiz Sérgio Moro e que depois foi analisada, em parte, pelas instâncias superiores, a partir de elementos coletados na condução do ex-juiz Sérgio Moro”, ressaltou.
Ele destacou que ainda houve o recebimento de nenhuma intimação da Justiça para apresentar uma manifestação sobre o requerimento. Disse ainda que não está sendo cogitado nenhum tipo de descumprimento. (Correio do Povo)