O número de casos de Covid-19 cresceu 15% entre bebês com menos de um ano na Bahia, se comparado com o pico da pandemia em julho de 2020. Em fevereiro deste ano, foram registrados 658 casos e em julho do ano passado 572. Além disso, os sintomas também estão mais graves.
De acordo com a executiva de relacionamento, Débora Cardoso, o filho dela, Benício, testou positivo para Covid-19 quando tinha 10 meses.
“Meu filho teve febre durante dois dias. Foi uma madrugada intensa de febre. A gente dava remédio para ver se baixava, mas ela sempre voltava. Ele não queria comer e como ele não falava, eu não entendia porque ele não queria comer. Eu achava que era dente nascendo”, explicou.
Logo depois, o marido de Débora também teve febre e eles começaram a suspeitar que o filho poderia estar com Covid-19. A executiva de relacionamento foi a única que ficou assintomática, pois o marido e o filho testaram positivo para a doença em maio de 2020.
“O cuidado que a gente tem é sair com ele apenas em local aberto. Temos deixado ele mais dentro de casa, dentro do possível”, disse.
Em Itabuna, no sul da Bahia, o Hospital Manoel Novaes é o único com atendimento para crianças com Covid-19 e conta com 10 leitos clínicos e três de UTI.
A diretora do hospital, Fabiane Chávez, explicou que enquanto os leitos clínicos têm ocupação média 60%, os de UTI ficam com 100% de ocupação na maior parte do tempo.
“O leito mal esvazia e já tem três, quatro, esperando leito. Então se acontecer de começar um surto grande que atinja crianças de uma forma cada vez mais grave, nós vamos ter sérios problemas”, alertou.
De acordo com a pediatra, Monique Gonçalves, as crianças têm apresentado sintomas mais graves, se comparado ao ano passado.
“Crianças com muitos sintomas respiratórios, agravando o quadro clínico, que não vimos no ano passado com tanta frequência quanto neste ano. [Há também o] aumento do número de internamentos e agravamento clínico”, explicou.
Ainda de acordo com a médica, a demanda de crianças com Covid-19 é alta para a quantidade de leitos ofertadas. Com isso, ela recomendou que os pais adotassem as medidas de combate ao novo coronavírus com mais rigor.
“É um momento de ter uma conscientização maior das medidas de contingenciamento da doença, de maior controle das medidas sanitárias e afastamento de crianças de lugares públicos, de contato com outras crianças, com outras famílias”, disse. (G1)