Diversas pesquisas tentaram prever o resultado das eleições neste ano. A nível nacional, todas acertaram quando apontaram a vantagem de Lula sobre Bolsonaro no primeiro turno. Em contrapartida, as porcentagens de intenção de voto foram discrepantes. A última pesquisa Ipec apontou 52% dos votos válidos no ex-presidente Lula (PT) e 34% no presidente Jair Bolsonaro (PL). Já a do Datafolha, 50% para Lula e 36% para Bolsonaro.
No final das contas, o resultado que saiu neste domingo (2) foi de 48,8% dos votos em Lula e 43,2% em Bolsonaro — o que indicou um embate mais acirrado do que o esperado pelos levantamentos. A única pesquisa que acertou foi a do Atlas, que previu 49% para Lula e 42% para Bolsonaro.
Na Bahia, a pesquisa do Atlas foi também a única que acertou. E, no caso do estado, o resultado foi ainda mais compatível. Isso porque, ao contrário de outros levantamentos, como os do Datafolha e do Ipec estaduais, que tinham ACM Neto (UNIÃO) como vencedor das eleições, o Atlas previu a vitória do candidato Jerônimo Rodrigues (PT), com 47% dos votos contra 40% do adversário.
Surpreendentemente, o resultado foi este: enquanto 49,44% dos eleitores apoiaram Jerônimo nas urnas, apenas 40,8% votaram em Neto.
Cada pesquisa utiliza metodologias diferentes e, por isso, as previsões têm divergências. A abordagem do Atlas, por exemplo, ao contrário das do Ipec e do Datafolha, não é feita presencialmente, mas pela internet.
Em entrevista ao programa Melhor de 3 na Rádio Metropole, o consultor político Thomas Traumann explicou como cada pesquisa funciona e quais são os pontos que as diferenciam umas das outras.
“Nenhum método é melhor que o outro. A questão é que, dependendo de como chega nas pessoas, tem mais de um viés. Por exemplo, as pesquisas que pegam pessoas nas suas casas, em geral, pegam pessoas mais pobres porque as mais ricas têm medo de colocar pessoas que não conhecem dentro de casa, os pobres são mais confiantes nesse sentido. Já as pesquisas por telefone, em geral, pegam pessoas mais ricas porque alguém que é pobre não tem 20 minutos para ficar teclando respostas”, exemplificou Traumann.
Além da forma de contato, o especialista ressaltou que as pesquisas consideram diferentes estimativas da população pobre, uma vez que os Censos do IGBE de 2020 e 2021 foram adiados por causa da pandemia e do corte de gastos, respectivamente. A classe social é um dos aspectos que interfere na tendência de voto. (Metro1)