O prefeito de Conceição do Coité, Marcelo Araújo (União), vetou o projeto de lei da Mesa Diretora da Câmara Municipal que reajusta em quase 73% o salário dos vereadores da cidade. Como mostrou na semana passada o Política Livre, a proposta eleva de R$ 8.016,93 para R$ 13.850,0 o valor dos vencimentos dos “representantes do povo”, que passariam a ganhar, a partir de 2025, mais do que os vereadores de Macapá, capital do Amapá – lá, o ordenado é de R$12 mil.
O projeto foi aprovado por unanimidade pelos 15 vereadores de Conceição do Coité, que ainda podem derrubar o veto. Entre os signatários e apoiadores da proposta está o vereador Marquinhos de Renato (Republicanos), filho do vice-prefeito Renato Souza (Republicanos). Marcelo Araújo tem maioria na Casa.
“Embora compreenda que foram demonstrados os pré-requisitos que comprovam a legalidade do ato, de maneira que foram apresentados os dispositivos constitucionais, lei orgânica municipal e resoluções do Tribunal de Contas, pertinentes a outorga do mesmo, ainda assim não vê o gestor motivos que o convençam a prosseguir em sancionar o projeto aprovado, a menos por enquanto, por não estar convencido quanto a urgência em tal reparação nem se sentir confortável com esta, tendo em vista a falta de proporcionalidade em relação ao ganho atual servidores públicos deste município”, justificou o prefeito.
“Reconhecemos que a fixação dos subsídios de vereadores é de competência exclusiva da Câmara Municipal, desde que respeitem as prescrições estabelecidas na norma. Porém, ainda que aprovada por unanimidade, um gestor precisa, além de tudo, ter coragem e estar disposto a por vezes enfrentar as opiniões contrárias, sejam elas vindas de seus apoiadores ou de seus opositores, a fim de cumprir com representatividade a liderança a qual lhe foi dada através do voto. O administrador não deve atuar contrariamente ao interesse público”, complementou Marcelo Araújo, que é candidato à reeleição.
O vereador Betão Gordiano (sem partido), adversário do prefeito e pré-candidato a vice na chapa encabeçada pela emedebista Val de Coité, classificou o veto como “hipocrisia” e uma “baita sacanagem”. Nas redes sociais, ele escreveu que “não é a primeira vez que ele (Marcelo Araújo) faz acordo e depois não cumpre”.
“Dessa vez, o acordo feito com os membros da Mesa Diretora que só lançou o projeto depois de uma conversa com ele e isso foi me passado pelo presidente (da Câmara) quando me ligou perguntando qual seria meu voto e prontamente disse que votaria a favor”, afirmou Betão. O vereador afirmou que defendeu também junto ao presidente da Câmara, Nego Ja (União), o reajusta salarial do prefeito e dos secretários municipais.
Política Livre